O que é inflação e como impacta suas finanças?
O que é inflação? Leia o artigo e saiba como ela afeta o orçamento familiar e a vida financeira de todos.
Atualizado em: 13 de junho de 2023
Autor: Lucas Ludugerio
“O que é inflação?”. Essa é uma dúvida muito comum dos brasileiros, especialmente os mais afetados por esse fenômeno. Estamos aqui para responder a essa questão não tão simples, mas que ajuda a compreender mais sobre o universo financeiro.
Sabe quando os jornais anunciam o aumento da inflação e dos preços no supermercado? Essa é uma evidência de como o tema é importante, já que impacta diretamente o poder de compra de todos.
Neste artigo, passaremos pela definição de alguns conceitos antes de falar da temida inflação. Confira!
- ● Afinal, o que é dinheiro?
- ● O que é inflação?
- ● O que são IPCA e INPC?
- ● O que é Taxa Selic?
- ● Histórico recente de inflação no Brasil
- ● Regime de metas de inflação
- ● Como medir o custo de vida?
- ● Podemos imprimir mais dinheiro?
Afinal, o que é dinheiro?
Historicamente, antes de surgir o dinheiro, as pessoas trocavam produtos de interesse, por exemplo:
A família do Pedro produz arroz.
A família da Ana produz leite.
Então, trocavam litros de leite por quilos de arroz. Dessa forma, as duas famílias teriam alimentos variados, não apenas o que colheram na própria fazenda. O problema é que era necessário um consenso entre as duas partes para ocorrer a troca. Pedro precisava se interessar pelo leite e Ana pelo arroz, caso contrário a troca não aconteceria.
O dinheiro surge como um meio de troca genérico. Mesmo que Pedro não queira o leite, pode vender o arroz para Ana e utilizar o dinheiro para comprar algo de interesse. Foi com essa intenção que surgiram as primeiras moedas.
As primeiras moedas que representavam valores surgiram na Lídia (atual Turquia), no século VII a.C. Muito tempo depois vieram as cédulas e o dinheiro virtual como conhecemos hoje, que fica no banco, no cartão de crédito, na poupança etc.
O que é a inflação?
Inflação é o aumento generalizado dos preços de bens e serviços. A palavra inflação vem do verbo “inflar”, ou seja, ocorre quando os preços “inflam”, crescem.
A inflação é geralmente expressa por um percentual (%) que indica a variação de preços de um mês para outro, de um ano para outro ou em outra série histórica.
Quando há inflação, o poder de compra da moeda diminui.
Vamos a um exemplo:
A média de preço de um alimento específico nos supermercados é de R$100,00 em janeiro de um ano. Em janeiro do ano seguinte, essa média subiu para R$120,00. O novo preço médio é R$20,00 maior, o que representa 20% do preço anterior.
Nesse caso, dizemos então que a inflação desse alimento específico foi de 20% nesse período de um ano.
O que são IPCA e INPC?
O Índice de Preço ao Consumidor amplo (IPCA) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) são índices que medem a variação da inflação ao longo do tempo, expressa em porcentagem.
O IPCA é utilizado oficialmente pelo IBGE e compreende o custo de vida das famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos.
Por sua vez, o INPC avalia o custo de vida das famílias com renda mensal entre 1 e 5 salários mínimos.
O cálculo é feito da seguinte maneira: cada índice elabora uma cesta básica de produtos para o consumo diário das famílias com uma renda específica.
Então, todos os meses eles fazem uma pesquisa de preço para descobrir o custo desse grupo de produtos. A diferença encontrada no valor da compra, comparado aos meses anteriores, representa a inflação.
Histórico recente de inflação no Brasil
Na década de 1980, a inflação no Brasil começa a crescer e atinge 8% em 1985. Em 1990, ela já estava em mais de 80% ao mês.
A partir do Plano Real (que levava o nome da moeda que passou a ser utilizada no Brasil) a inflação brasileira começou a ficar mais controlada. No início dos anos 2000 a inflação chegou a 12,53%, caiu para 5,90% em 2010 e desde então tem variado, em média, entre esses dois valores.
Regime de metas de inflação
Em 1999, passou a ser adotado o regime de metas da inflação, que serve para impor ao próprio governo a responsabilidade de controlar a inflação. É definido um valor máximo para a inflação em cada ano e, então, as medidas do governo trabalham para que a meta seja atingida. Essa é também uma forma de gerar segurança ao mercado e investidores.
O teto da meta de inflação estabelecida pelo governo em 2023 é de 4,75%.
Como medir o custo de vida?
O custo de vida representa o poder de compra de um grupo de pessoas. Por exemplo, considere o custo de vida em São Paulo maior que no Rio de Janeiro. Isso significa que com a mesma quantia será possível comprar mais itens no Rio de Janeiro (menor custo de vida) que em São Paulo (maior custo de vida).
Por exemplo, uma família costumava gastar R$600,00 na compra do mês e passou a gastar R$750,00 pelos mesmos itens. Nesse caso, as compras ficaram mais caras e o custo de vida subiu. Quem monitora essa variação são os dois índices que citamos anteriormente, o IPCA e o INPC.
“Imprimir mais dinheiro” causa inflação?
O tema não é consenso entre economistas, pois nem sempre ter mais moeda em circulação implica inflação imediata. O que podemos dizer é que há maior risco de inflação quando se “imprime moeda” de forma descontrolada.
De forma simplificada, em momentos de retração econômica, com atividade econômica num nível baixo, a possibilidade de haver alta de inflação causada pela maior circulação de dinheiro é menor; quando a economia está aquecida, com níveis de produção econômica elevados, o risco de inflação com aumento da base monetária é maior.
Quem controla a emissão de moeda no país é o Banco Central, que define também a Taxa Selic, ou taxa básica de juros, que também tem relação com índices inflacionários.
O que é a Taxa Selic?
A Taxa Selic é controlada pelo Banco Central e orienta todas as taxas de juros no mercado. Ou seja, qualquer forma de crédito contratado tem como base para definição dos juros a Taxa Selic naquele momento. E como ela ajuda a controlar a inflação? Quando a Selic aumenta, os juros para o crédito também aumentam.
Isso faz cair a procura pelos produtos, logo o preço deles tende a ficar mais estável. Com os juros mais altos, o mercado se torna atrativo aos investidores, que tendem a injetar dinheiro na economia. Porém, os juros altos também podem causar recessão econômica por diminuir a oferta de crédito, que é um importante “motor” da economia nacional.
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