Dívida: será que somos uma nação de devedores?

Inflação alta misturada à falta de educação financeira são fatores que aumentam as chances de o consumidor adquirir dívidas.

varias contas de luz


Autor: Fabiana Ramos

Publicado em 14 de novembro de 2022

A situação econômica no Brasil e no restante do mundo ao longo da pandemia de covid-19 não é das melhores. De acordo com o último Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil, um levantamento mensal da Serasa sobre a relação dos brasileiros com as dívidas, existem atualmente 67,9 milhões de pessoas no país com o nome inscrito em algum cadastro de inadimplentes por causa de pelo menos uma dívida.   

Apesar de o número de inadimplentes ter diminuído, ele ainda continua muito, muito alto. O preço dos alimentos, do combustível, da energia elétrica mostra que a inflação voltou com tudo. Ela representa o aumento do custo e vida e a consequente redução no poder de compra da moeda. Por conta disso, ela faz o dinheiro perder valor no tempo. 

Assim, aquilo que antes conseguíamos comprar com alguma folga hoje em dia pode não mais caber no nosso orçamento. Por isso é importante que o orçamento familiar seja constantemente revisado, calculado, planejado. 

A falta dessa análise prejudica o consumidor e a consequência disso pode ser a dívida. Quando insistimos em continuar com um comportamento que não está funcionando, que, pelo contrário, está nos prejudicando, não estamos agindo com sabedoria. E neste caso, está nos faltando sabedoria financeira. 

Diferentes tipos de dívida

1 - Cartão de crédito 

O cartão de crédito é a principal causa do endividamento das famílias. Uma das razões para isso é o fato de ter os juros mais altos. 

A facilidade que o cartão traz para fazer compras à vista ou em parcelas pode nos iludir e nos levar ao excesso de gastos. Quando o valor das compras ultrapassa nossa capacidade de pagar por elas, a inadimplência acaba ficando mais próxima.  

Então usar cartão de crédito é ruim? Não, de jeito algum. O cartão é apenas um instrumento, sua utilização é que vai definir se ele vai ajudar ou atrapalhar as finanças.  

2 - Cheque especial 

O cheque especial é outro serviço bancário muito utilizado pelos brasileiros, mas não deve ser visto como “solução” rápida de problemas financeiros. É um crédito pré-aprovado disponibilizado diretamente na conta corrente do consumidor, com taxas de juros bem altas também. 

O problema é que essa linha de crédito, por ser pré-aprovada e não ter nenhum tipo de garantia, é cara. A taxa média de juros no cheque especial em 2022 no Brasil é de cerca de 8% ao mês.    

Ele pode ajudar o consumidor em um momento de aperto, mas se for utilizado sempre, como uma “extensão” da renda, para cobrir saques ou pagar contas agendadas, poderá levar ao endividamento.  

3 - Empréstimos em geral 

Apesar de o cartão de crédito e o cheque especial também serem tipos de empréstimo, aqui vamos tratar de outras modalidades, como o empréstimo consignado, o empréstimo com garantia e o empréstimo pessoal. 

Os 3 têm costumam ter taxa de juros menor que do cartão de crédito e do cheque especial. O empréstimo consignado é o que em geral tem juros mais baixos, porque a parcela do empréstimo já vem descontada diretamente da renda ou benefício social do consumidor. Com isso, a possibilidade de inadimplência é bem menor.  

O empréstimo com garantia tem juros mais baixos porque, caso o consumidor não consiga pagar as parcelas, a instituição que fez o empréstimo ficará com o bem deixado em garantia.  

O empréstimo pessoal também tem juros médios mais baixos que do cheque especial ou cartão porque a análise de risco de crédito geralmente é mais criteriosa. Esta geralmente inclui consulta à pontuação de crédito (como o Serasa Score) e ao histórico de pagamentos e dívidas do consumidor.   

4 - Financiamentos 

Os financiamentos funcionam como um empréstimo, pois também é um contrato de crédito. A diferença é que é liberado para fins específicos, como compra de carro, moto, imóvel e outros. 

Essa é uma maneira de adquirir bens e pagar em médio e longo prazo. A questão é que também existe a cobrança de juros. Nesse tipo de contrato, na maioria das vezes, o bem financiado é dado em garantia. Caso o financiamento não seja quitado, a empresa credora ficará com o bem, que será vendido para liquidar a dívida. 

Atenção: conta atrasada e dívida negativada não são a mesma coisa.

Muita gente confunde dívida em atraso com dívida negativada. Um consumidor pode atrasar uma conta, mas não necessariamente estará com o nome nos cadastros de inadimplência devido a esse atraso. 

Para que ocorra a inscrição, é necessário que o consumidor seja avisado do débito e tenha pelo menos 10 dias para quitar a pendência. As empresas costumam enviar cartas, e-mails, SMS para comunicar da falta de pagamento e da possível inclusão do nome na Serasa, SPC Brasil ou outro birô de crédito.   

Assim, a melhor maneira de evitar qualquer tipo de restrição é pagar as contas em dia, mas se por qualquer razão a dívida já estiver negativada, a solução também existe. As empresas estão dispostas a negociar as dívidas por meio de acordos.  

Pense bem: a empresa quer receber; o consumidor quer voltar a ter seu CPF livre de restrição. Assim, negociar é o melhor caminho. A empresa oferece uma oferta, o consumidor propõe outra, e assim pode se chegar a um acordo.  

Feirão Serasa Limpa Nome 

Uma das missões da Serasa é colaborar para a redução no número de inadimplentes no país. O Feirão Serasa Limpa Nome é um evento em que empresas parceiras da Serasa disponibilizam ofertas com maiores descontos para pagamento de dívidas e débitos atrasados. 

Diversas categorias de empresas participam do Feirão Serasa Limpa Nome, tais como bancos, financeiras, empresas do ramo da educação, como universidades e colégios, empresas de telefonia, de varejo, de serviços diversos. Vale a pena conferir o site. Os descontos podem ultrapassar 99%, com parcelas que cabem no seu bolso. 

Ele acontece durante todo o mês de novembro. As dívidas podem ser negociadas presencialmente ou online. Isso mesmo: nem precisa sair de casa para conhecer as propostas e renegociar as dívidas.  

É possível negociar pelo site, aplicativo (iOS e Android) ou WhatsApp (11) 99575-2096).

Confira o passo a passo para negociar pelo site ou app: 

1. Confira quais são suas dívidas negativadas e contas em atraso 

O primeiro passo é criar seu usuário gratuitamente no Serasa Limpa Nome. Ao informar seus dados, um login de acesso será gerado para você consultar seu CPF e verificar as dívidas ou contas em atraso. 

2. Selecione os acordos disponíveis 

As empresas com as quais você mantém ou manteve relacionamento podem disponibilizar ofertas de acordo na plataforma, as quais você pode consultar já na interface inicial. Para aceitar a oferta, basta clicar sobre ele e confirmar. Um boleto será gerado para pagamento. 

3. Pague o boleto 

Após realizar o pagamento do boleto, em alguns dias você receberá a confirmação da liquidação da dívida por e-mail e no ambiente da plataforma. Vale ainda lembrar que todo esse procedimento é realizado de forma 100% segura e com o consentimento das empresas.