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Pandemia de cibercrime: entenda por que a fraude digital ameaça você

O termo pandemia passou a fazer parte do cotidiano brasileiro e internacional em 2020 quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou uma epidemia exponencial de Sars Cov-2, o vírus que provoca a doença Covid-19. Uma pandemia tem como característica o espalhamento descontrolado de uma infecção. O termo pandemia de origem na saúde pública está sendo utilizado comparativamente por especialistas em segurança digital. Os riscos do cibercrime estiveram em pauta no Fórum Econômico Mundial de 2021 no painel “Averting a cyberpandemic” que trouxe uma discussão sobre como a sociedade deve agir para evitar a pandemia de cibercrimes.

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Especialistas do Centro de Segurança Cibernética do Fórum e pesquisadores da Universidade de Oxford estimam que o cibercrime estará fora de controle em 2025 caso os investimentos em segurança digital não sejam priorizados em medidas preventivas que envolvam as organizações governamentais e empresas privadas. O risco de ataques e as ameaças aos sistemas de informação ou mesmo aos indivíduos conectados têm sido sistemáticas, com um êxito crescente em casos de roubo de dados pessoais e fraudes financeiras.

Na mesa, os especialistas argumentam que o dano da pandemia de cibercrimes não ameaça a saúde humana como o de Covid-19, mas trará um impacto devastador para a economia. A única maneira de impedir a propagação exponencial do vírus de ataques virtuais é desconectar complementarmente os aparelhos uns dos outros. E se a economia tem migrado cada vez mais do ambiente físico para o digital, desconectar significa, na estimativa do Fórum, uma perda diária de U $50 milhões.

O crescimento do cibercrime foi tema do Fórum Econômico Mundial de Davos na Suíça porque afeta diretamente a vida em sociedade com impactos significativos na economia, o que mobiliza empresas e governos na busca de um ambiente mais seguro para as atividades digitais. Porém, a falta de segurança na internet não preocupa apenas grandes grupos econômicos e o Estado, pelo contrário, uma das pontas mais afetadas é a do cidadão conectado, ou seja, você. O simples uso de um celular pode abrir brechas para ataques individuais e provocar prejuízos significativos.

Entenda em três pontos por que é tão desafiador evitar a pandemia de cibercrimes

Assim como a pandemia de Covid-19 requer políticas públicas de saúde para conter a propagação do vírus, a pandemia de cibercrimes também requer uma ação orquestrada para o desenvolvimento de políticas públicas de segurança digital. O desafio extrapola fronteiras geográficas, requer vigilância constante e, principalmente, exige atenção individual para não se deixar seduzir pelas armadilhas espalhadas pela internet. Entenda os três pontos centrais para enfrentar a ameaça.

1. Transnacionalidade

A criminalidade na internet não respeita fronteiras geográficas. O ataque a um sistema corporativo de acesso restrito e um golpe de falso e-mail podem ser disparados de países longínquos. A ação destinada a vítimas brasileiras pode partir de países da Ásia, da Europa ou da América. Apesar de nem sempre ser possível identificar a origem das ações, há esforços coletivos para mobilizar os governos no combate ao crime transnacional. Um deles foi articulado em um encontro do G7, o grupo dos sete países mais ricos do mundo, em 2021, quando houve um apelo para que a Rússia agisse para combater ataques cibernéticos a partir do país, segundo esta notícia da Agência Brasil.

2. Mutação

A internet é um ambiente em permanente mudança, é preciso atualizar o sistema operacional, baixar a versão mais recente do software, autorizar a reinstalação dos aplicativos de celular, etc. Os aperfeiçoamentos nos produtos digitais são feitos porque a internet é dinâmica e está sempre em evolução na medida em que um novo código é descoberto, uma nova funcionalidade adicionada ou um novo serviço criado. No universo dos hackers existe uma disputa entre os programadores white hat e black hats. Os primeiros são aqueles que são regidos pela ação ética, testam e invadem sistemas para identificar vulnerabilidades e melhorar a segurança em sistemas de informação. Os segundos são os cibercriminosos que trabalham sistematicamente para quebrar as chaves de segurança e cometer crimes de roubos de dados, sequestro de logins ou fraudes financeiras. A disputa entre os éticos e antiéticos leva os sistemas a estarem em constante mutação.

3. Sedução

O cibercrime derruba as portas de segurança digital por diferentes métodos. Normalmente, em algum ponto da estratégia criminosa haverá o apelo à sedução emocional para convencer uma pessoa a clicar em um link e instalar um arquivo malicioso na máquina, ceder informações pessoais ou corporativas para terceiros, compartilhar login e senha pessoais. Essa técnica é chamada de engenharia social e utiliza mensagens chamadas de iscas para acionar gatilhos emocionais e convencer o usuário a clicar. Esse tipo de mensagem oferece promoções imperdíveis, ofertas exclusivas, pedidos de ajuda e outras artimanhas. Como resultado, o seu clique e as informações pessoais que você fornecer podem provocar prejuízos financeiros para você ou sua organização.