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Quando vale a pena investir em um fundo de investimento?

Entenda o que é um fundo de investimento, como ele se encaixa na sua carteira de investimentos e como escolher as melhores opções.

Homem estudando os fundos de investimento e vendo aonde irá aplicar o seu dinheiro

colunista Veridiana Lopes
Publicado em: 09 de dezembro de 2021.

O fundo de investimento é uma opção escolhida pelos investidores que buscam aliar comodidade e segurança estratégica na hora de investir.

Nos último dois anos, ocorreram grandes variações no mercado financeiro, principalmente por conta da pandemia da Covid-19. Com esse sobe e desce muitas vezes difícil de entender, os investidores iniciantes buscam cada vez mais segurança e comodidade na hora de aplicar seus recursos.

Mas nem sempre é fácil escolher qual ativo incluir na sua carteira de investimentos, né? Há muitas decisões a serem feitas antes de bater o martelo e investir. Com este artigo, quero que você compreenda exatamente como funcionam os fundos de investimentos, para quem vale a pena e como escolher.

O que é um fundo de investimento?

Os fundos de investimentos são um modelo de investimento coletivo supervisionado pela CVM (Comissão de Valores Mobliários) e fiscalizada pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

A melhor forma de explicar os fundos de investimentos é fazer uma analogia com um condomínio.

Imagine que, nesse condomínio, existem vários moradores usufruindo da mesma estrutura: da piscina, área de lazer, da sala de jogos etc.

Para que o convívio de todos seja agradável e para que a estrutura desse condomínio continue sempre satisfazendo os moradores, é necessário que exista alguém responsável para cuidar de tudo isso, certo? Nesse exemplo, seria o síndico.

Em um fundo de investimento, acontece algo parecido. Não é apenas uma pessoa que investe, assim como em um condomínio não existe apenas um morador. Quem cuida do dinheiro dos investidores é o gestor do fundo. Trazendo para o nosso exemplo, seria o “síndico”.

Em um condomínio, os moradores precisam comprar ou alugar o apartamento que moram, certo? E, normalmente, é apenas um dos apartamentos de todo o condomínio.

Ao investir em um fundo de investimentos, você compra um pedacinho dele. Chamamos isso de cota. No nosso exemplo, seria o “apartamento.” Por isso os investidores de um fundo são chamados de cotistas, que seriam os “moradores”.

Para garantir a boa convivência dos moradores, existem as regras do condomínio. Dessa forma, o morador sabe o que pode ou não ser feito por lá. Nos fundos de investimentos, existe o regulamento do fundo.

Nele é listado todas as regras do investimento: quais são os tipos de ativos, o objetivo do fundo, taxas cobrados, público-alvo e riscos.

Resumo para ficar mais fácil:

→ O gestor do fundo é o síndico.
→ As cotas do fundo são os apartamentos.
→ Os cotistas do fundo são os moradores.
→ O regulamento do fundo são as regras do condomínio.

Assim como um apartamento pode valorizar ou desvalorizar ao longo do tempo, o mesmo acontece com as cotas dos fundos de investimentos. E é assim que acontece a rentabilidade. Quando as cotas valorizam, você ganha dinheiro. Quando elas desvalorizam, você perde dinheiro. Sempre de uma forma proporcional a quantidade de cotas que você tem.

Quando vale a pena investir em um fundo de investimento?

Essa modalidade de investimento é recomendada para investidores que não querem investir sozinhos. Segundo a ANBIMA, existem mais de 25.000 opções de fundos de investimentos. Desde os mais conservadores (voltados aos investidores que preferem correr menos riscos) até os mais arrojados (para aqueles que suportam correr maiores riscos em troca da possibilidade de rendimentos mais altos).

Em um fundo de investimento, o responsável por encontras as melhores aplicações e encontrar uma boa rentabilidade é do gestor do fundo.

Vamos supor que você investiu R$ 10.000,00 em um fundo de ações. Como existem vários cotistas, o saldo total do fundo é muito maior do que isso. Então, o gestor possui mais recursos para fazer movimentações financeiras e encontrar as melhores oportunidades do mercado, que você não teria acesso apenas com o seu saldo.

Por exemplo: ao invés de comprar apenas uma ação, o fundo consegue comprar 100 ações diferentes.

Isso quer dizer que você automaticamente diversifica o seu patrimônio ao investir em um fundo de investimento, já que este investe em diferentes ativos.

Então a ideia é que você consiga ter uma rentabilidade muito legal, delegando a responsabilidade para um gestor qualificado.

Como escolher um fundo de investimento?

Agora que você já sabe o que é e como funciona um fundo de investimento, chegou a hora de entender como escolher os melhores fundos de investimento. Afinal, o que deve ser avaliado antes de tomar essa decisão? Listei alguns pontos a seguir:

1. Entenda a estratégia do fundo

Antes de aplicar, é essencial entender qual é a estratégia por trás daquele fundo de investimentos. Essa informação pode ser encontrada na lâmina ou regulamento do fundo.

Fazer essa análise evita “surpresas” no meio do caminho. O maior erro é buscar investimentos focando apenas na rentabilidade, sem respeitar o seu perfil de investidor.

Há diversos tipos de fundos de investimentos, mas os mais famosos são:

  • Fundos DI: o objetivo é ter uma rentabilidade próxima ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), sem muitas variações. Entenda mais detalhes sobre o CDI clicando aqui.

  • Fundos de inflação: foca em seguir as oscilações da inflação do país, protegendo o poder de compra do investidor.

  • Fundos multimercado: diversifica em diferentes classes de ativos (renda fixa, câmbio, ações etc.), trazendo mais rentabilidade para o investidor. Consequentemente, há mais oscilações.

  • Fundos de ações: como o nome diz, o investimento é feito em ações da nossa bolsa de valores, normalmente com o objetivo de superar o índice do IBOVESPA.

A lista foi feita na seguinte ordem: do mais arriscado para o menos.

2. Avalie as taxas cobradas

Para todos os fundos citados, há duas taxas principais:

  • Taxa de administração: remunera o gestor do fundo de investimento. Quanto maior o risco do fundo, maior é a taxa. Afinal, a gestão precisa ser feita de uma forma mais ativa. Para fundos DI, o ideal é ser zerada.

  • Taxa de performance: é um bônus para a gestão do fundo quando o resultado é melhor do que esperado. As regras são divulgadas no documento de lâmina e regulamento. Ela existe apenas para os fundos mais arriscados, como o de ações.

3. Veja o histórico de rentabilidade

Por último, é importante olhar quanto aquele fundo rendeu nos últimos anos. Isso te permite entender como a estratégia performa em períodos de crise econômica. O recomendado é avaliar um período de pelo menos três anos.

E lembre-se: rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura!

Se o fundo rendeu muito bem nos últimos 3 anos, não há garantias de que essa será a performance sempre, tá? Mas ter esse histórico ajuda a ter uma previsão de ganhos.

Conseguiu entender melhor o que é um fundo de investimento e como eles funcionam? Espero que este artigo tenha ajudado a esclarecer esse assunto.

Felizmente, o número de brasileiros investidores vem crescendo nos últimos anos, mas, para conseguir bons resultados, é sempre importante buscar conhecimento sobre o assunto e manter o planejamento financeiro em dia.

Se você ainda tem contas atrasadas ou negativadas, por exemplo, priorize se livrar dessas pendências antes de colocar seus recursos em um fundo de investimento; afinal, os juros das dívidas costumam ser mais altos do que os rendimentos que você pode ter ao investir. Quer conferir mais conteúdos de educação financeira? Acesse o blog da Serasa!