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Saiba como fazer a conversão de moedas

Calcular a conversão de moeda é bem fácil. Há diversos sites de cálculo de câmbio gratuito. O difícil é entender quando a troca de moeda compensa.

Foto de um dolar se transformando em real para ilustrar conversão de moedas

Publicado em: 06 de setembro de 2022.

A conversão de moeda de um país em relação a outro é um termômetro para medir como está a saúde da economia. O parâmetro para qualquer moeda no mundo é a comparação com o dólar. O Brasil chegou a equiparar a cotação do real com a moeda americana entre 1994 e 1999 para controlar a hiperinflação, mas a moeda foi desvalorizando após a flexibilização do controle do câmbio.

A equiparação entre real e dólar fez parte de uma política pública cambial chamada Plano Real, que em 1º de julho de 1994 fez R$ 1 valer exatamente US$ 1. O resultado foi aumentar o poder de compra e de consumo do brasileiro, mas ao preço de empréstimos altíssimos junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A política de controle cambial rígido durou até 1999.

Na virada do século, o poder público já não mantinha o justo controle sobre o câmbio, o que provocou a desvalorização do real. No começo dos anos 2000, no entanto, a moeda brasileira estava entre R$2 e R$ 3 para cada dólar, com exceção do período eleitoral de 2002, quando a moeda americana quase atingiu R$ 4.

Em 2022, o dólar chegou a valer cinco ou seis vezes mais que a moeda brasileira. A oscilação do real tem relação com diversos fatores que levam à instabilidade econômica, tanto nacional como internacional. “Quando a gente olha que o Brasil tem uma instabilidade que possa significar um rompimento de contratos, o investidor fica mais receoso e passa a olhar e investir em outros mercados. Quando o investidor tira dinheiro daqui, isso faz flutuar a taxa de câmbio”, explica a economista e professora universitária Camila Orth.

Tipos de conversão de moeda

A conversão de moeda entre países é utilizada para pessoas físicas e pessoas jurídicas. Há a possibilidade de conversão por meio da taxa de câmbio turismo ou comercial. Os valores são distintos, sendo o turismo normalmente mais alto que o câmbio comercial.

A conversão pela taxa turismo é feita por corretoras de valores que cobram pelo serviço e costumam atender diretamente pessoas físicas que querem viajar a outros países. Esses agentes financeiros são autorizados pelo Banco Central para realizar as operações de troca de moeda e precisam prestar contas ao sistema financeiro nacional.

A cotação comercial é o parâmetro para negócios, compra e venda entre países e em negócios internacionais. Essa conversão é feita para importações e exportações. Se uma empresa exporta um produto e recebe na moeda estrangeira, precisa converter para o real quando o dinheiro entrar no país via banco, por exemplo.

No caso de importação de produtos, a conversão é feita no dia da compra e venda para equiparar o real à moeda do país de origem do produto adquirido. Normalmente esses cálculos são feitos diretamente no banco ou em uma corretora especializada. A compra e venda de um produto é diferente. Se a pessoa faz uma compra em um marketplace online, a conversão pode ser feita direto no cartão de crédito.

Como fazer a conversão da moeda

A conversão do real para qualquer outra moeda internacional pode ser cotada em diversos sites na internet. O mais seguro de todos é o do próprio Banco Central. A ferramenta chamada conversor de moedas possibilita que o usuário insira o valor em real e selecione a moeda com a qual pretende a equivalência.

O site utiliza como parâmetro as cotações do dia. Em finais de semana e feriados, a cotação apresentada será equivalente ao dia anterior ou ao primeiro dia útil antecedente. A calculadora traz moedas de mais de 100 países e permite cotar a conversão das moedas antes de decidir por uma compra ou negociação.

Depois de decidida a operação a se realizar, o consumidor pode optar por contatar direto o banco com o qual trabalha ou recorrer a uma casa de câmbio. A primeira opção costuma ser utilizada por empresas e negociações comerciais, a segunda por turistas em preparação para uma viagem ao exterior.

Há ainda quem opte por comprar dólares como investimento. Como o real é a moeda de uma economia emergente, há instabilidade no fluxo de capital. O resultado é uma oscilação importante na valorização e desvalorização da nossa moeda em relação a moedas mais fortes, como o dólar, tomado como referência de moeda forte e estável para contratos internacionais.

Camila Orth explica que, quando há instabilidade internacional como a pandemia, os investidores buscam economias mais seguras. A estabilidade da economia americana e o histórico de cumprimento de contratos acabam valorizando a moeda no mercado internacional. “É comum a gente ver o capital indo para os EUA, em busca de títulos americanos, com juros mais seguros de pagamento. É uma questão que pesa mais para o Brasil enquanto uma economia emergente dependente de comodities com risco maior”, explica Orth.

Como a taxa de câmbio influencia os investimentos?

As oscilações na taxa de câmbio somadas às condições do mercado afetam diferentes tipos de investimentos. Como explicou a economista Camila Orth, instabilidade e crises econômicas tendem a castigar mais países emergentes como o Brasil. Nessas situações, os investidores retiram dinheiro aportado no país para levar a economias mais fortes.

As aplicações com exposição direta ao câmbio são as mais sensíveis, como os fundos cambiais. Os fundos de investimento multimercado, por exemplo, têm um nível de exposição menor, devido à diversificação de ativos em sua carteira. Até a renda fixa é impactada pela taxa de câmbio, ainda que indiretamente. Quando o dólar está alto, o Banco Central aplica taxas de juros mais altas para conter a inflação, o que faz com que os títulos prefixados desvalorizem.

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