Segurança digital: aplicativos de mensagens oferecem opção de mensagens temporárias

Por Lise Brenol

As mensagens temporárias ou visualização única de mensagens em foto e vídeo aumentam a segurança para os usuários porque potencializam a privacidade.

Você já utilizou o recurso de mensagens temporárias ou de visualização única em algum aplicativo de mensagem? Se não, vai descobrir agora como essas funções podem ajudam a aumentar a sua segurança e privacidade.

Quantas vezes você mandou uma foto ou print para um amigo ou contato com a mensagem “vê e deleta”? O pedido é feito quando queremos enviar uma senha de Wi-Fi para amigos que nos visitam ou fotos mais reservadas de momentos íntimos, por exemplo.

dados com dois tipos de mensagem sobre o seu tempo

Porém, mesmo enviando para contatos de confiança não há garantia de a mensagem ser efetivamente deletada. Isso até a criação da função “vanish mode” para aplicativos de mensagens. Os três principais serviços ativos no Brasil, Signal, Telegram e Whatsapp, dispõem do recurso de visualização única ou temporária.

No WhatsApp, por exemplo, para enviar fotos e vídeos que podem ser vistos apenas uma vez pelo destinatário, o usuário deve ativar o ícone de temporizador antes do ícone do aviãozinho.

O destinatário poderá abrir e ver a foto ou vídeo e em seguida o arquivo de mídia desaparecerá, ou seja, não poderá ser encaminhado ou salvo no aparelho receptor. Porém, a pessoa ainda poderá fazer captura de tela, utilizar outro aplicativo para gravar o vídeo enquanto roda ou mesmo utilizar outra câmera para gravar a tela.

O recurso aumenta a privacidade, mas não impede a replicação do arquivo. Por isso, é necessário usar o recurso com cautela para proteger seus dados pessoais. Entenda como funciona o recurso nos três aplicativos.

1. WhatsApp

O aplicativo de mensagens do Facebook, o WhatsApp, adotou o recurso visualização única para todos os usuários em 2021. A empresa orienta a utilização da função porque “nem tudo que compartilhamos precisa se tornar um registro digital permanente”, alertando para o cuidado com o espaço limitado de armazenamento de arquivos em muitos aparelhos celulares.

O envio de visualização única tem um ícone específico na barra de digitação de legenda, ao lado do ícone do aviãozinho de envio. A pessoa que recebe saberá que a foto ou o vídeo irão desaparecer depois de vistas pelo ícone que acompanha o arquivo na caixa de mensagem. Depois de aberto o arquivo, a caixa de diálogo indicará “mensagem aberta”, o que significa que a foto ou vídeo foi consumida e deletada.

2. Telegram

O aplicativo Telegram definiu como recurso de autoexcluir porque permite que o usuário configure o agendamento do envio e também o tempo de visualização pelo destinatário de 24 horas até sete dias. Há ainda a possibilidade de deletar as mensagens depois de enviar.

O Telegram também ativou o recurso nos grupos de transmissão, mas neste caso apenas os administradores podem ativar a funcionalidade.

Outro recurso que o aplicativo Telegram oferece como medida de aumentar a segurança do usuário é o chat secreto. Nesta janela de diálogo as mensagens são criptografadas de ponta a ponta, enquanto nos chats abertos não há criptografia.

As mensagens secretas não poderão ser encaminhadas e caso o emissor delete, uma mensagem será enviada também para destinatário apagar. O recurso de autodestruição de fotos e vídeos também é habilitado no chat.

3. Signal

O mensageiro Signal também oferece o recurso que chama de “mensagens efêmeras”, o mesmo que mensagens temporárias.

Para acioná-lo, é só selecionar a imagem ou vídeo e, antes de clicar no aviãozinho de envio, acionar o ícone temporizador onde está escrito 1x. O recurso também pode ser acionado ao clicar nos três pontinhos na parte superior da tela do aplicativo e abrir as opções. Entre elas, estará mensagem efêmera ou disappearing messages (ver imagem).

A lógica é a mesma do WhatsApp, com o ícone do cronômetro de contagem regressiva para apagar o arquivo após a visualização. Apesar de ser menos conhecido no Brasil, o aplicativo Signal é tido como muito seguro pelos especialistas.

Diferente do WhatsApp e do Telegram, todas as trocas de mensagens em dupla ou grupo são criptografadas. Ou seja, a criptografia não é opcional.

Além disso, o aplicativo é gerido por uma fundação sem fins lucrativos que recebe financiamentos e doações para manutenção. No site, o Signal explica assim: “não estamos vinculados a nenhuma grande empresa de tecnologia e também nunca poderemos ser adquiridos por uma”, por isso é um ambiente sem anunciantes e sem rastreadores e com código aberto para verificação por pares.

Quando usar mensagens temporárias, de visualização única ou no modo autodelete

Cada aplicativo utiliza um termo para se referir à funcionalidade de configurar o envio controlado de arquivos: o WhatsApp chama de visualização única, o Telegram de autodelete ou autoexcluir e o Signal, de mensagem efêmera.

Esse recurso potencializa a segurança ao limitar a possibilidade de a imagem ficar salva em outros aparelhos ou mesmo com a desabilitação do encaminhamento. Porém, o usuário de qualquer mensageiro tem de estar atento, pois a funcionalidade não controla prints ou reproduções pelo destinatário. Portanto, antes de utilizar o recurso, certifique-se de cumprir o checklist de segurança digital abaixo:

Contato de confiança

Antes de compartilhar qualquer mensagem pessoal, verifique quem terá acesso a ela. Evite compartilhar fotos e vídeos com imagens suas ou da sua família em grandes grupos com pessoas com quem você não tem contato frequente ou duradouro.

Caso decida compartilhar uma imagem sua para um grupo amplo, opte por fotos com menos informações possíveis, ou seja, enquadramentos mais fechados no seu rosto para não expor informações sobre o local e as pessoas que aparecem com você na imagem. Prefira grupos menores ou contatos diretos e conhecidos de longa data.

2. Dados pessoais genéricos

Se você precisar compartilhar dados pessoais ou informações como senha, endereço ou outros dados pessoais com um contato de confiança, ainda assim avalie quais são os dados mínimos necessários a serem compartilhados.

Por exemplo, compartilhe apenas o e-mail da chave Pix, mesmo que você tenha como chaves também o CPF, o apelido e o telefone. Caso a senha do Wi-Fi seja a mesma do Internet Banking ou e-mail, troque para uma diferente antes de passar adiante.

3. Ligação pode substituir a mensagem

O contato é de confiança e precisa de uma informação muito específica com senha? Prefira ligar e passar a informação na conversa falada. Caso não seja possível fazer a ligação, a mensagem temporária é uma boa opção, por exemplo, para compartilhar o acesso ao Wi-Fi ou o código para entrar no condomínio.

Após a troca de mensagens e o uso da informação pelo seu contato, é recomendado trocar todas as senhas. Use senhas fortes.

4. Mostrar em vez de enviar

Muitas vezes o compartilhamento de fotos e informações pessoais acontece entre pessoas que estão próximas, por exemplo, no mesmo prédio comercial ou residencial. Neste caso, prefira ir até o seu contato de confiança e digitar a senha para ele ou mostrar a tela do seu celular.

Esta é a medida preventiva mais segura que você pode tomar, pois nenhum dado será transferido entre aparelhos.

A vida hiperconectada impõe desafios diários para os usuários de aplicativos de mensagens, mas também de Internet Banking, e-mails, mídias sociais e outras aplicações que baixamos diariamente nos nossos celulares.

Por isso, toda prevenção é necessária e mesmo assim você não estará totalmente seguro, pois muitas vezes o vazamento de dados pessoais acontece em ambiente de terceiros e não pela ação do usuário.

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