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Ativo circulante: como anda a saúde financeira do seu negócio?

Sendo um dos componentes do balanço patrimonial, descubra a importância do ativo circulante para a sua empresa.

Ativo da empresa para calcular como esta a saúde financeira do negócio atual

colunista Fabiana Ramos
Publicado em: 08 de dezembro de 2021.

Não são poucos os desafios enfrentados pelos empreendedores no Brasil. Além de toda burocracia imposta, uma das principais preocupações dos empresários é com a saúde financeira do seu negócio, verificada na análise do ativo circulante e não circulante, do passivo circulante e não circulante e do patrimônio líquido da empresa.

O balanço patrimonial é um relatório contábil que descreve toda a situação financeira da companhia e funciona como uma fotografia, demonstrando tudo o que ela possui de patrimônio e o quanto ela deve num dado momento.

De uma forma geral, o balanço é elaborado uma vez ao ano, ao final de cada exercício social, juntamente com o DRE, o Demonstrativo de Resultados do Exercício.

Mas o que são ativo circulante e não circulante de uma empresa?

O ativo, de forma geral, representa todos os bens e direitos que uma empresa possui e que tem valor monetário, sendo divididos em ativo circulante e ativo não circulante. Essa divisão é feita com base no prazo em que esses bens e direitos podem ser transformados em dinheiro.

Ativo circulante

O ativo circulante corresponde ao conjunto de bens que podem ser convertidos em dinheiro de forma rápida, ou seja, dentro do prazo de um ano. São os que possuem maior liquidez, sendo também conhecidos como ativos realizáveis no curto prazo.

Variam de empresa para empresa, mas podemos exemplificar como integrantes do ativo circulante:

– estoque;
– matéria-prima;
– saldo no banco;
– aplicações financeiras resgatáveis em até 12 meses;
– contas a receber em até 12 meses;
– caixa da empresa.

Todos esses bens possuem liquidez, pois podem ser utilizados para alavancar investimentos e saldar dívidas em um curto prazo.

A liquidez está ligada à solvência de uma empresa e ela é subdividida em 4 tipos de indicadores, que necessitam da análise de dados do ativo e do passivo para calcular os índices e observar a saúde financeira da empresa.

Quais são os indicadores de liquidez?

Liquidez imediata

Diz respeito ao montante que a empresa possui no caixa (saldos bancários e aplicações financeiras de resgate imediato). Caso haja necessidade, os valores poderiam ser utilizados para liquidar dívidas de curtíssimo prazo do negócio, medindo a capacidade da empresa de lidar com situações de emergências financeiras. Exclui o estoque e as contas a receber, restando apenas os valores disponíveis.

É calculada da seguinte forma:

Liquidez imediata = disponível / passivo circulante

Liquidez corrente

Tem por função medir a capacidade da empresa de cumprir com suas obrigações no curto prazo. Entram aqui não somente os valores do caixa e das aplicações financeiras resgatáveis, mas também valores de estoque e matéria-prima.

Na gestão financeira, normalmente, é o índice de liquidez corrente que serve de referência para a maioria dos pagamentos (como empréstimos, alguns impostos, fornecedores etc.), de forma a atestar a saúde do caixa.

É calculada da seguinte forma:

Liquidez corrente = ativo circulante / passivo circulante

Liquidez seca

Tem uma função similar ao da liquidez corrente, mas o estoque não pode ser contado no ativo circulante. O gestor ficará informado sobre o valor do ativo circulante, ainda que nada tenha sido vendido do estoque.

É calculada da seguinte forma:

Liquidez seca = (ativo circulante – estoque) / passivo circulante

Liquidez geral

É um indicador que mostra a liquidez da empresa no médio e longo prazo, abrangendo ativo e passivo que superam o tempo de um ano dentro do balanço patrimonial. Pode ser utilizado para estratégias futuras, com previsões mais corretas.

É calculada da seguinte forma:

Liquidez geral = (ativo circulante + realizável a longo prazo) / passivo circulante + passivo não circulante

Graus de liquidez

Para a compreensão dos índices de liquidez de uma empresa, é preciso interpretá-los de acordo com o resultado obtido nas fórmulas, segundo regra utilizada pela contabilidade. Confira:

Resultado > 1: bom grau de liquidez;

Resultado = 1: recursos se igualam ao valor dos pagamentos;

Resultado < 1: não possui como quitar suas dívidas no momento.Podemos observar que quanto maior for o indicador, maior será a capacidade da empresa em honrar seus compromissos, demosntrando melhor saúde financeira. Você pode conferir aqui dicas práticas de como melhorar essa liquidez.

Ativo não circulante

Outro dado a ser analisado no balanço patrimonial diz respeito ao ativo não circulante. Ele é composto por bens e direitos que podem ser convertidos em dinheiro num prazo superior a 12 meses. São ativos que possuem baixa liquidez.

Integram o ativo não circulante:

– Investimentos (ações, commodities, moedas digitais etc.);
– Imobilizado (máquinas e equipamentos, móveis e utensílios – conhecido também como ativo fixo);
– Intangível (marcas, patentes, direitos de uso, propriedade intelectual);
– Realizável a longo prazo (empréstimos, duplicatas, vendas etc., receita recebida em período superior a um ano).

O grande diferencial entre ativo circulante e não circulante é o grau de liquidez. O circulante possui maior grau de liquidez, ou seja, pode ser convertido em dinheiro em menos tempo e o não circulante tem menor grau de liquidez, variando de médio a longo prazo para se converter em dinheiro.

Mas nem só de ativos vive uma empresa. Sabemos que todas elas também possuem obrigações e é sobre isso que vamos falar agora.

Passivo

O passivo pode ser resumido como as obrigações e dívidas de uma empresa. Tal como o ativo, também é dividido entre passivo circulante e não circulante, e suas informações constam obrigatoriamente do balanço patrimonial.

Passivo circulante

O passivo circulante se refere às dívidas de curto prazo, com vencimento em até 12 meses. Podemos citar as obrigações com funcionários (salários, 13º, férias e outros encargos trabalhistas), impostos (IPTU, IPVA, IRPJ), empréstimos, financiamentos, pagamento de fornecedores e saldos devedores.

Geralmente, o passivo circulante é pago com os ativos circulantes.

Passivo não circulante

Já o passivo não circulante diz respeito aos débitos exigíveis no médio e longo prazo, devendo as obrigações serem pagas em um prazo superior a 12 meses. Exemplos de passivo não circulante: fornecedores de longo prazo, provisão para dívidas trabalhistas, notas promissórias, impostos etc.

Patrimônio líquido

E por fim temos o último componente do balanço patrimonial, que é o patrimônio líquido. A fórmula para se chegar ao resultado do PL de uma empresa é simples, uma vez que basta substrair o passivo do ativo. Ou seja, é o dinheiro que sobra depois que todas as obrigações da empresa foram pagas.

Bom, agora que você já entendeu a importância de alguns indicadores para análise da saúde financeira do seu negócio, que tal passar a olhar para eles com mais cuidado a partir de agora?