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Desemprego estrutural: conceito e causas

A substituição da mão de obra humana por novas tecnologias causa uma mudança estrutural no mundo do trabalho.

Publicado em: 16 de dezembro de 2024

Categoria Educação financeiraTempo de leitura: 7 minutos

Texto de: Time Serasa

Autorização de trabalho brasileira

Cerca de 7,5 milhões de brasileiros estão sem emprego, de acordo com pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no segundo trimestre de 2024. Entretanto, dentro desse cenário há inúmeras causas que levam à falta de ocupação.

Em um contexto econômico-social, nem todo desemprego é igual ou consequência das mesmas razões. A redução das oportunidades de trabalho pode ser causada, por exemplo, pela falta de empresas e indústrias em uma região ou por pouca qualificação dos trabalhadores para as vagas disponíveis.

O desemprego estrutural, ligado ao avanço tecnológico, é um dos mais desafiadores para o setor econômico e requer iniciativas para evitar uma crise maior de desemprego. Conheça esse conceito e suas consequências.  

Assista | Como fazer a Carteira de Trabalho?

Qual a definição de desemprego?

Antes de falar sobre o fenômeno estrutural, é importante entender qual o conceito de desemprego. O IBGE define desemprego e desocupação como sinônimos. Para um cidadão ser considerado desocupado, ele deve ter idade para trabalhar (acima de 14 anos), estar disponível e procurando um emprego.

Dessa forma, nem todo mundo que não trabalha é considerado desempregado. Estudantes e donas de casa, por exemplo, estão fora da força de trabalho. Atualmente, a taxa de desocupação no Brasil é de 6,9% –  essa porcentagem é relativa ao universo de pessoas disponíveis para trabalhar, e não de toda a população brasileira.

Leia também | Saiba tudo sobre seguro-desemprego

O que significa desemprego estrutural

O desemprego estrutural é a perda de postos de trabalho por consequência da tecnologia. Ele é involuntário, ou seja, não parte do desejo do trabalhador.

Quando a mão de obra humana é substituída por máquinas, robôs ou pelo uso de inteligência artificial, isso tem um impacto em todo o mercado laboral e por essa razão é chamado de estrutural. Esse fenômeno traz consequências a todo o equilíbrio da economia e as mudanças costumam ocorrer a um nível social.

O desemprego estrutural não é algo recente: começou há décadas com o processo de industrialização. Entretanto, o avanço da tecnologia tem acelerado ainda mais as mudanças no mercado de trabalho, e a perspectiva é que cada vez mais funções humanas sejam substituídas.

Exemplos de desemprego estrutural

  • ●      Cobradores de ônibus são substituídos por métodos automáticos de pagamento.
  • ●      Máquinas de colheita fazem o trabalho de vários homens na agricultura.
  • ●      Aumento da capacidade de industrialização de países como a China, que reduz a demanda por produtos nacionais.
  • ●      Automação na indústria reduz a necessidade de trabalhadores de montagem de fábrica.
  • ●      Autoatendimento nos supermercados substitui operadores de caixa.

Como solucionar o desemprego estrutural

O avanço tecnológico é uma realidade que não pode ser freada. Um relatório do Fórum Econômico Mundial, divulgado em 2020, previa que até 2025 a automação e a digitalização fechariam 85 milhões de vagas de trabalho em 26 economia mundiais, entre elas o Brasil.

Ao mesmo tempo, um mundo automatizado também abre espaço para empregos que gerenciem, operem e criem essas tecnologias. Esse é o principal desafio para países em desenvolvimento, como o Brasil. As vagas disponíveis exigem trabalhadores cada vez mais qualificados e preparados para lidar com a tecnologia.

Contornar o desemprego estrutural em uma sociedade é um projeto a longo prazo, e depende do investimento em qualificação para que os trabalhadores possam suprir a demanda do mercado.

  • Em 2023, o Fórum Econômico listou as profissões em alta no futuro:

  • ●      Especialistas em inteligência artificial (AI).
  • ●      Especialistas em sustentabilidade.
  • ●      Analistas de business intelligence.
  • ●      Analistas de segurança da informação.
  • ●      Engenheiro de fintech.
  • ●      Analistas e cientistas de dados.
  • ●      Engenheiros robóticos.
  • ●      Especialistas em big data.
  • ●      Operadores de equipamentos agrícolas.
  • ●      Especialistas em transformação digital.

Qual a diferença entre desemprego conjuntural e estrutural?

Como já diz o nome, o desemprego conjuntural está associado à conjuntura econômica de uma região ou de uma época. Nesse caso, a baixa de emprego está relacionada a períodos de crise econômica, recessões ou até mesmo crise sanitária – como ocorreu na pandemia de Covid-19. Esses cenários levam à redução de consumo e de investimentos, o que pode causar o fechamento e empresas e o corte de postos de trabalho.

Esse fenômeno também é chamado de desemprego cíclico. Combatê-lo após um período de crise costuma ser prioridade de governos e iniciativa privada, já que esse tipo de desocupação coloca em risco a economia.

Quais os outros tipos de desemprego?

Além do desemprego estrutural e do conjuntural, há pelo menos outros dois tipos de desocupação que têm um caráter um pouco diferente. Confira:

Desemprego sazonal

Neste caso, a redução dos postos de trabalho ocorre devido à flutuação de alguns serviços e necessidades de um lugar, ligados principalmente à agricultura e ao turismo. É um movimento esperado tanto por trabalhadores quanto pela economia local. Ocorre, por exemplo, em uma cidade de praia, onde as oportunidades naturalmente reduzem no inverno. Esse fenômeno também acontece na zona rural, de acordo com os períodos de safra. 

Desemprego friccional

Assim como o movimento sazonal, o desemprego friccional é considerado natural na economia. É o desemprego temporário, vivido entre um trabalho em outro. Em qualquer país se espera que uma parte das pessoas sempre esteja transitando entre vagas, buscando um posto melhor ou uma recolocação. Por isso mesmo nas economias mais desenvolvidas há sempre uma porcentagem de pessoas desempregadas.

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