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Investimento para iniciantes: qual é a melhor opção?

Será que existe um melhor investimento para iniciantes? O indicado para o amigo pode não ser o mesmo para você. Como escolher?

Trilha do processo de investimento para iniciantes até chegar na melhor opção

colunista Fabiana Ramos
Publicado em: 18 de janeiro de 2022.

Está pensando em investir mas não sabe por onde começar? Confira aqui algumas estratégias de investimento para iniciantes para que você se sinta seguro e coloque o seu dinheiro para render.

Felizmente, o mundo dos investimentos está cada vez mais acessível. Não é mais preciso ter altos valores ou conhecimentos extraordinários para ingressar no mercado financeiro. E o mais importante você já está fazendo agora: buscando aprendizado.

Qual o melhor investimento para iniciantes?

Antes mesmo de começar a investir, o ideal é que o seu orçamento já esteja bem organizado. Saber a direção do seu dinheiro, como você gasta e para onde ele vai é essencial para que você se organize e saiba do quanto pode dispor mensalmente para construir o seu patrimônio através dos investimentos.

Depois dessa fase, a melhor maneira de saber qual é o melhor investimento para você é conhecendo a finalidade dele. Em outras palavras, para que você quer investir? Dependendo do seu objetivo, os produtos de investimento variam bastante.

Se o seu desejo é acumular dinheiro para comprar um carro daqui a dois anos, por exemplo, você não pode aplicar em produtos que contenham um risco alto. Mas se a sua ideia é investir para garantir uma boa aposentadoria, daqui a 30 anos, o tipo de investimento mais adequado é outro. Com foco no longo prazo, os produtos podem e devem ser um pouco mais arriscados, já que você conta com o tempo a seu favor para “repor” possíveis perdas.

Sendo assim, definir o seu propósito para cada tipo de investimento é a primeira coisa a ser feita antes de sair escolhendo opções. E por isso não existe uma receita pronta sobre o “melhor investimento”, pois a verdade é que não existe um melhor investimento para todas as pessoas. Existe o melhor investimento para você e para o momento que você vive atualmente, de acordo com os seus objetivos.

Como funcionam os investimentos?

Todo e qualquer tipo de investimento se baseia em um tripé composto por:
  • Segurança (ou risco);

  • Liquidez;

  • Rentabilidade.

Segurança (ou risco)

Não adianta afirmar o contrário. Por mais seguro que possa parecer um investimento, todos eles trazem algum grau de risco. Não existe investimento totalmente seguro, com risco zero.

Aliás, mesmo que decida manter o dinheiro debaixo do colchão, você corre o risco da desvalorização, uma vez que ele será corroído pela inflação.

É claro que alguns investimentos serão mais seguros do que outros. Temos como exemplo a caderneta de poupança (que muitos acreditam ser o investimento mais seguro do país). Mas você já parou para pensar que até ela corre o risco do crédito? E se o banco onde estiver a sua caderneta de poupança quebrar? Será que você consegue o seu dinheiro de volta?

Reforçando, o fato é que não existe risco zero. Então, precisamos estar atentos a ele, pois ele vai existir em todas as opções

Rentabilidade

Para quem está começando, a rentabilidade parece ser o único fator de preocupação do investidor iniciante.

É claro que ela é importante e é através dela que vamos analisar se tivemos ou não lucro nos nossos investimentos, mas é preciso considerar um fator importante: existe a rentabilidade nominal e a rentabilidade real. E qual é a diferença?

Vamos a um exemplo. Você investe o seu dinheiro em um fundo que rendeu 7% ao ano. Essa é a rentabilidade nominal, pois de fato ele rendeu os 7%. Mas esse rendimento foi bom ou ruim? Depende. Precisamos comparar com a inflação. Se a inflação desse mesmo período foi de 9%, na verdade, você perdeu dinheiro ao invés de ganhar. Para sabermos a rentabilidade real, precisamos considerar a rentabilidade que foi declarada naquele investimento e subtrair dela a inflação.

É preciso também se atentar à rentabilidade para poder verificar se aquilo que estão nos oferecendo está de acordo com a realidade do mercado financeiro. Se alguém te apresentar um investimento mirabolante em que há a promessa de ganhos de 10% mensais, por exemplo, desconfie do produto, pois pode se tratar de um golpe financeiro. Lembre-se: quando a esmola é demais, o santo desconfia.

Liquidez

Este é o terceiro fator no tripé dos investimentos. Liquidez é a facilidade de transformar um ativo financeiro em dinheiro. Um imóvel, por exemplo, é um ativo sem liquidez. Ele não se transforma em dinheiro rapidamente, pois sua venda faz parte de um processo burocrático.

É bem diferente, por exemplo, de vender ações da Petrobrás. As ações da Petrobrás possuem boa liquidez, pois todos os dias e a todo momento existem muitas pessoas que compram e vendem essas ações. Então, é muito fácil você transformar esse ativo em dinheiro rapidamente.

Outro tipo de ativo que possui também bastante liquidez são os títulos do Tesouro Direto. Apesar de possuírem uma data de vencimento, o Governo Federal, que é o detentor dos títulos, garante a recompra dos mesmos a qualquer momento. Então, se você compra um título público hoje e quiser vendê-lo amanhã, você pode, transformando rapidamente o seu ativo em dinheiro.

Se não existe o melhor, quais são os principais investimentos para iniciantes?

Se você está começando agora, a melhor alternativa é se manter dentro da renda fixa.

A renda fixa nada mais é do que um empréstimo. Você empresta dinheiro a alguém e esse alguém irá te restituir em um prazo mais à frente com o acréscimo dos juros do período.

Quando o governo precisa de mais dinheiro para financiar as suas atividades, ele emite títulos de dívida. Quando você, investidor, compra um título público, na realidade você está emprestando o seu dinheiro ao governo, visando uma rentabilidade futura, quando ele te devolver o seu dinheiro com o pagamento dos juros.

Quando uma instituição bancária está precisando de dinheiro, ela emite um CDB (Certificado de Depósito Bancário), por exemplo. Ao investir em um CDB, você está comprando a dívida de um banco e será remunerado por isso com o pagamento dos juros do período em que o seu dinheiro ficou emprestado.

Já quando uma empresa precisa de mais dinheiro para expandir seus negócios, ela também pode emitir um título de dívida, que se chama debênture. E, ao investir em uma debênture, você empresta dinheiro para a empresa, sendo também remunerado por isso.

Podemos citar aqui alguns outros ativos de renda fixa, como, por exemplo:

  • CDB (Certificado de Depósito Bancário)

  • Tesouro Direto

  • LCI (Letra de Crédito Imobiliário)

  • LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)

  • Debêntures

  • Fundos de investimentos de renda fixa

  • LC (Letras de Câmbio)

  • CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários)

  • CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio)

Existem muitos outros tipos, mas saiba que toda renda fixa é um empréstimo. Sendo um empréstimo, no momento do investimento você sabe exatamente quando irá receber o seu dinheiro de volta e de que forma você será remunerado. Se não souber exatamente qual a taxa que receberá, saberá ao menos de que forma será remunerado (se pela taxa Selic, pelo CDI, pelo IPCA ou qualquer outro tipo de índice).

Quer entender melhor como funciona a Selic? A Serasa preparou um conteúdo para você aqui.

E é exatamente por isso que os ativos de renda fixa são a forma ideal para começar no mundo dos investimentos. Por serem mais previsíveis, não haverá surpresas e você se sentirá mais seguro para dar o primeiro passo rumo ao mercado financeiro.

Assista | Taxa Selic: o que é e como funciona