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IOF: entenda as mudanças finais e como afetam seu bolso e suas finanças

Atualizado em: 24 de julho de 2025

Categoria Educação financeiraTempo de leitura: 8 minutos

Texto de: Time Serasa

Dinheiro, Brasil, Reais, 100 Reais

O Ministério da Fazenda anunciou mudanças importantes no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que entraram em vigor a partir de 23 de maio de 2025, que passaram por alterações após decisões do Congresso Nacional e posteriormente do Supremo Tribunal Federal. Em 17 de julho de 2025, o ministro Alexandre de Moraes decidiu manter quase todas as alterações do decreto presidencial, excluindo apenas a tributação sobre operações de “risco sacado”.

Vamos explicar o que mudou, como as alterações influenciam as finanças pessoais e empresariais e apontar caminhos para tomar decisões mais conscientes.

Assista | Dicionário de Bolso #1: o que é IOF? - Serasa Ensina - YouTube

O que é IOF e por que ele mudou?

O Imposto sobre Operações Financeiras é um tributo federal cobrado sobre operações de crédito, câmbio, seguro e investimentos. Ele funciona como uma "taxa" que o operador paga ao governo sempre que realiza determinadas transações financeiras.

Como o IOF funciona na prática

  • Cobrado automaticamente e já incluso no valor final das transações, o imposto incide em diversas operações:
  •  
  • ●     Compras internacionais com cartão de crédito;
  • ●     Remessas de dinheiro para o exterior;
  • ●     Contratação de empréstimos ou financiamentos;
  • ●     Investimentos em certos tipos de aplicações.

Por que o governo federal alterou as regras

As mudanças nas regras do IOF foram implementadas com o objetivo de aumentar a arrecadação federal, com a previsão de gerar R$ 12 bilhões adicionais em 2025 (valor reduzido após a exclusão das operações de risco sacado), contribuindo para cumprir metas fiscais da União.

A reforma também foi gerada com o argumento de reduzir eventuais distorções na cobrança do imposto, harmonizando a tributação entre diferentes tipos de operações financeiras e ajustando as taxas conforme as necessidades econômicas do país.

Mudanças no IOF: linha do tempo completa

22 de maio de 2025: primeiro decreto

O governo federal publicou o decreto inicial aumentando as alíquotas do IOF, prevendo arrecadação de R$ 61 bilhões em dois anos. No mesmo dia, diante da forte reação do mercado e parlamentares, houve um primeiro recuo parcial.

11 de junho de 2025: segundo decreto

Foi publicado um novo decreto "recalibrando" as alíquotas para reduzir o impacto. A nova versão previa arrecadação menor: R$ 20 bilhões em dois anos.

25 de junho de 2025: Congresso derruba o decreto

O Congresso Nacional rejeitou o decreto do IOF com votação expressiva: 383 votos a favor da derrubada na Câmara e votação simbólica no Senado.

1º de julho de 2025: governo vai ao STF

A Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou ação no Supremo Tribunal Federal para reverter a derrubada do decreto pelo Congresso.

5 de julho de 2025: suspensão temporária

O ministro Alexandre de Moraes suspendeu temporariamente tanto os decretos do governo quanto a decisão do Congresso, convocando audiência de conciliação.

15 de julho de 2025: tentativa de acordo fracassa

A audiência de conciliação entre representantes dos três Poderes terminou sem acordo.

17 de julho de 2025: decisão final do STF

Alexandre de Moraes decidiu manter quase integralmente o decreto presidencial, excluindo apenas a tributação sobre operações de "risco sacado" por violar o princípio da legalidade tributária.

Principais mudanças do IOF que estão em vigor

As alterações focaram principalmente em quatro áreas: operações de câmbio, empréstimos empresariais, investimentos em seguros e fundos de investimento. Veja cada uma das alterações:

Operações de câmbio e cartão internacional

  • Compras com cartão no exterior e sites internacionais:
  •  
  • ●     Antes: 3,38%

●     Agora: 3,5%

 

  • Compra de moeda estrangeira em espécie:
  •  
  • ●     Antes: 1,1%

●     Agora: 3,5%

 

  • Remessas para conta própria no exterior (gastos pessoais):
  •  
  • ●     Antes: 1,1%

●     Agora: 3,5%

 

  • Remessas para investimentos no exterior:
  •  
  • ●     Antes: 1,1%

●     Permanece: 1,1% (após recuo do governo)

 

Isso significa que, se você enviar R$ 1.000 para gastos pessoais no exterior, pagará R$ 35 de IOF, comparado aos R$ 11 anteriores.

Empréstimos para empresas

  • Empresas em geral:
  •  
  • ●     Antes: 0,38% + 0,0041% ao dia

●     Agora: 0,38% + 0,0082% ao dia

 

  • Empresas do Simples Nacional e MEI:
  •  
  • ●     Antes: 0,88% ao ano

●     Agora: 1,38% ao ano

 

Para entender na prática: uma empresa do Simples Nacional que pegar um empréstimo de R$ 10.000 por um ano pagará cerca de R$ 11,50 de IOF por mês, em vez dos R$ 7,33 anteriores às mudanças.

Investimentos em VGBL e previdência privada

  • Uma das mudanças mais impactantes foi nos planos de previdência privada:
  •  
  • VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre):
  •  
  • ●     Antes: sem cobrança de IOF para qualquer valor

●     Agora: IOF de 5% para aportes mensais acima de R$ 300.000 em 2025 e R$ 600.000 em 2026

 

Segundo o governo, essa mudança afeta cerca de 1% da população brasileira e visa “fechar uma brecha de evasão fiscal usada por pessoas de alta renda”.

Fundos de investimento em direitos creditórios

Antes: isentos de IOF

Agora: 0,38% sobre as operações

O que foi excluído: operações de "risco sacado"

  • ●     O que é risco sacado: é uma modalidade de crédito em que bancos antecipam valores para varejistas que venderam a prazo. Funciona como um adiantamento que ajuda pequenas empresas a ter capital de giro.
  • ●     Por que foi excluído: o ministro Alexandre de Moraes entendeu que criar IOF sobre essa operação representava uma nova hipótese de incidência tributária sem previsão legal, violando o princípio da legalidade.

Como as mudanças no IOF afetam o dia a dia da economia?

Compras internacionais e viagens

  • Quem costuma fazer compras em sites internacionais ou viajar para o exterior precisa acompanhar as mudanças:
  •  
  • ●     Compras online internacionais: o IOF de 3,5% será cobrado sobre compras com cartão em sites estrangeiros (pequeno aumento em relação aos 3,38% anteriores).

●     Viagens: compras com cartão no exterior, saques internacionais e carregamento de cartões pré-pagos terão IOF de 3,5%.

 

Exemplo prático: em uma viagem onde você gasta US$ 1.000 (cerca de R$ 5.000), pagará R$ 175 de IOF, além da variação cambial.

Investimentos e previdência privada

A principal mudança ocorre nos planos VGBL para aportes mensais acima de R$300.000. Investimentos tradicionais - como poupança, CDB, fundos de renda fixa e ações - não foram impactados pelas mudanças no IOF.

Dicas para reduzir o impacto do IOF no seu orçamento

Embora as mudanças sejam significativas, existem estratégias que podem ajudar a minimizar o impacto do IOF nas finanças pessoais:

Planeje suas compras internacionais

  • ●     Concentre compras: em vez de fazer várias compras pequenas ao longo do mês, planeje e faça uma compra maior para diluir o impacto do IOF.
  • ●     Compare preços: reavalie se realmente vale a pena continuar comprando no exterior considerando o IOF de 3,5% mais o frete e taxas alfandegárias.
  • ●     Aproveite viagens: se você vai viajar, considere fazer compras pessoalmente em vez de fazê-las em sites internacionais.

Avalie suas opções de investimento

●     Diversificação: considere outras opções de previdência privada ou investimentos que não foram afetados pelas mudanças no IOF.

Monitore seus gastos com câmbio

  • ●     Acompanhe o extrato: fique atento aos valores de IOF cobrados em suas operações cambiais para evitar surpresas.
  • ●     Planeje remessas: se você precisa enviar dinheiro para o exterior regularmente, avalie a possibilidade de fazer transferências maiores e menos frequentes.
  • ●     Use cartões específicos: alguns cartões oferecem condições diferenciadas para uso internacional, com menores taxas de IOF.

Perguntas frequentes sobre as mudanças no IOF

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