Superendividamento: mínimo existencial será de R$600

Entenda o que significa mínimo existencial e como essa medida protege quem precisa negociar dívidas em bloco.

Atualizado em: 20 de junho de 2023

Autora: Mariana Furlan

Foi assinado pelo Governo Federal, no dia 19 de junho, um decreto que aumentará para R$600 o valor do mínimo existencial – quase o dobro da quantia estabelecida em 2022, de R$303.

Essa decisão permite um grau de proteção maior a pessoas endividadas ao renegociar dívidas. Isso significa que ao menos R$600 para pagamento de despesas básicas sempre estarão protegidos nos casos de superendividamento.

 De acordo com o Palácio do Planalto, o novo anúncio permitirá que cerca de 15 milhões de pessoas regularizem dívidas ao trazer um grau superior de proteção ao consumidor contra eventual superendividamento.

Conheça melhor o conceito de mínimo existencial e o impacto dessa medida para os superendividados.

Assista | Como calcular o grau de endividamento?

O que é o mínimo existencial

Mínimo existencial é um valor que não pode ser retirado de um cidadão no pagamento de dívidas. A quantia é reservada para manter as condições básicas de existência, como moradia e alimentação. Essa proteção faz parte da Lei do Superendividamento.

O valor é estabelecido especialmente para os casos em que a pessoa endividada renegocia as contas com todos os credores ao mesmo tempo, em bloco. Nessas situações, por maior que seja o volume da dívida, a cobrança das parcelas precisa preservar um mínimo da renda para a sobrevivência do cidadão.

Até então, esse mínimo era de R$303. Em abril de 2023, o governo anunciou que elevará esse valor para R$600. A intenção da alteração do mínimo existencial é aumentar a proteção ao consumidor e evitar mais endividamento. A medida impede que a pessoa precise contratar mais crédito para pagar despesas básicas.

O endividamento é um problema crônico no país. De acordo com o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas do Brasil, divulgado pela Serasa em abril de 2023, mais de 71 milhões de brasileiros estavam com o nome negativado. Esse número representa praticamente um terço da população total tem dívidas em aberto.

Leia também | Auxílios do governo: quais os tipos e quem pode receber?

O que diz a Lei do Superendividamento

A Lei do Superendividamento entrou em vigor no Brasil em julho de 2021. Ela alterou o Código de Defesa do Consumidor e criou uma forma de negociação em bloco das dívidas para as pessoas físicas. É um processo parecido com a recuperação judicial feita com empresas.

A lei permite ao consumidor que tem dívidas com vários credores fazer uma negociação única, criando um plano de pagamentos compatível com a realidade financeira do cidadão. É nesse parcelamento que a lei garante que a negociação sempre preservará um valor necessário para a sobrevivência: o mínimo existencial.

Essa conciliação em bloco pode ser feita em órgãos como Procon, Ministério Público e Defensoria Pública. Uma das principais vantagens dessa forma de negociar é que todos os débitos são pagos no mesmo plano de pagamento, não é preciso escolher qual conta pagar no mês. Entretanto, essa possibilidade não é válida para todos os tipos de dívidas. Confira:

O que pode ser renegociado:

  • ●     dívidas de consumo;
  • ●     contas de água, luz, telefone e gás;
  • ●     empréstimos com bancos e financeiras;
  • ●     crediários;
  • ●      parcelamentos.

O que não pode ser renegociado:

  • ●     impostos e tributos;
  • ●     pensão alimentícia;
  • ●     crédito habitacional (como prestação da casa própria);
  • ●     crédito rural;
  • ●     produtos e serviços de luxo.

 

Leia também | Manual do Endividado: conheça os seus direitos e tire suas dúvidas

Quem pode aderir à Lei do Superendividamento?

Por definição, superendividado é aquele que não consegue pagar todas as dívidas e ao mesmo tempo manter o mínimo para sobreviver; que adquiriu dívidas de boa-fé, ou seja, tinha a intenção de pagar, mas não conseguiu. É para esses casos que a lei criou proteções que permitem quitar as contas sem comprometer todo o orçamento mensal.

Quem se encaixa no perfil do superendividamento deve reunir todas as contas em aberto e buscar a renegociação junto aos órgãos de defesa do consumidor ou ao Judiciário.

Leia também | 5 passos para sair do endividamento

Assista | Impactos das dívidas no comportamento do brasileiro

Quais os direitos das pessoas endividadas?

Quem contrai crédito tem o dever de cumprir com o pagamento. Quem ainda não conseguiu pagar as dívidas também têm direitos perante a lei. Confira:

  • ●     poder desistir de empréstimos feitos de forma online ou por telefone em até 7 dias, conforme condições de cada credor.
  • ●     receber notificação antes de ter o nome negativado.
  • ●     receber a cobrança de forma respeitosa, sem constrangimentos ou exposições.
  • ●     poder entrar em contato com a instituição credora para negociar a dívida.
  • ●     ter a dívida retirada dos cadastros de inadimplentes após a quitação.
  • ●     questionar a dívida e recorrer à Justiça, quando necessário.
  • ●     ter acesso a todas as informações da dívida de forma clara, objetiva e transparente.

 

Leia também | Paguei minha dívida e meu nome continua sujo. O que fazer?

Buscando renegociar dívidas? Conheça o Serasa Limpa Nome

Pelo Serasa Limpa Nome, você pode ter até 90% para negociar dívidas. O processo leva só três minutos, sem precisar sair de casa. É possível negociar pelo site, aplicativo (iOS e Android) ou WhatsApp (11) 99575-2096.

Confira o passo a passo para negociar pelo site ou app:

  1. Confira suas dívidas negativadas e contas em atraso

    O primeiro passo é criar seu cadastro gratuitamente no Serasa Limpa Nome. Ao informar seus dados, um login de acesso será gerado para você consultar seu CPF e verificar dívidas ou contas em atraso.

  2. Selecione os acordos disponíveis

    As empresas com as quais você mantém ou manteve relacionamento podem disponibilizar ofertas de acordo na plataforma, que você pode consultar já na tela inicial. Para aceitar a oferta, basta clicar nela e confirmar. Um boleto será gerado para pagamento.

  3. Pague o boleto

    Após pagar o boleto, logo você receberá a confirmação por e-mail e no ambiente da plataforma. Todo esse procedimento é realizado de forma 100% segura e com o consentimento das empresas parceiras.