Descubra se a consultoria financeira pessoal é para você

A consultoria financeira pessoal é uma prestação de serviço para reorganizar e melhorar sua relação com o dinheiro. Saiba se é para você.

Homem fazendo uma consultoria financeira pessoal e vendo os pontos de melhora

Colunista marlise brenol
Publicado em: 09 de fevereiro de 2022.

Você certamente já ouviu falar sobre as profissões contemporâneas que ajudam o consumidor a fazer compras (o personal shopper), a arrumar a casa (o personal organizer) ou a melhorar a imagem e o estilo, (o personal stylist). Pois é… para contratar todos estes serviços, não se endividar e ainda manter o orçamento em dia, é interessante ter uma consultoria financeira pessoal.

O consultor de finanças pessoais é um profissional necessário para quem possui dívidas reincidentes, gasta mais do que ganha todos os meses, quer investir e não sabe escolher entre as opções existentes ou que simplesmente quer transformar decisões intuitivas em decisões racionais com objetivos claros e metas a atingir. Se você entende que essa mudança é para sua vida, entenda o que faz este profissional.

O que é e o que faz uma consultoria financeira pessoal

Assim como as empresas possuem administradores financeiros para fazer a contabilidade, analisar o balanço entre receita e despesa e apontar tendências de resultados positivos e negativos, o orçamento doméstico e pessoal muitas vezes também precisa de medidas sanadoras. A consultoria financeira pessoal pode ajudar o indivíduo a:

1) Identificar os custos fixos e variáveis

Os custos fixos são aqueles com a moradia, transporte e alimentação básica, ou seja, recorrentes todos os meses. Os custos variáveis são as compras de roupas de passeio, viagens, presentes, restaurantes entre outras.

2) Analisar a receita em relação às despesas

Ou seja, identificar onde você e a sua família gastam mais do que as receitas permitiriam e entender por que isto acontece.

3) Planejar objetivos e metas a serem atingidas todos os meses

Tudo isso em comum acordo com o cliente. Assim, ficará mais fácil começar a juntar um valor para compor a reserva de emergência, investir, contratar um plano de previdência e outras possibilidades.

4) Sugerir investimentos

De acordo com o perfil do cliente, seu hábito de consumo e estilo de vida, é possível traçar um plano viável para organizar as finanças e começar uma carteira de investimentos a médio e longo prazo.

5) Acompanhar a evolução

Depois de propor melhorias, o consultor acompanha a execução do plano de organização da vida financeira por um período estabelecido com o cliente. Isso porque, na prática, o consumidor pode encontrar alguns obstáculos que podem ser superados com o apoio e direcionamento do profissional.

É muito comum o indivíduo fazer um curso de educação financeira pessoal, elaborar o planejamento e depois abandonar os planos, retornando aos hábitos antigos. É como as metas de final de ano: sempre manifestamos mudanças desejadas – emagrecer, economizar, estudar -, mas muitas vezes acabamos frustrados por não persistirmos nos objetivos.

A mudança de hábitos de consumo é um processo lento e gradual. Muitas pessoas levam anos até conseguir organizar a vida financeira, até porque há imprevistos como um desemprego, uma crise financeira, um gasto em saúde não planejado e outras questões que podem se impor e alterar o planejamento inicial. Portanto, educação financeira é um investimento a médio e longo prazo.

Leia também | Dicas de educação financeira: como se organizar no dia a dia?

A planejadora financeira e consultora de investimentos Marisa Dornelles, certificada pelo exame internacional Certified Financial Planner (CFP) e também consultora de investimentos, diz que o trabalho deste profissional pode ser uma consulta única de duas horas até o acompanhamento do cliente por um ano ou mais.

Como a profissão ainda está em processo de reconhecimento e regulamentação pelos órgãos públicos, não há uma tabela de preços oficial, Mas Marisa aponta que em média uma consulta única pode variar de R$ 250 a R$ 500 reais e o planejamento a médio e longo prazo, de seis meses a um ano, pode custar algo em torno de R$ 3 mil.

Neste caso, é feito o planejamento e também o acompanhamento da execução. “É uma mudança comportamental e depende do cliente e da família. Se o cliente se engajar, seguindo as orientações do profissional, de seis meses a um ano a gente consegue organizar”, explica Marisa.

Três cuidados ao contratar um consultor financeiro pessoal

Ao decidir buscar ajuda, você estará entregando informações pessoais a um terceiro, por isso fique atento e pesquise antes de decidir fechar o contrato. Leia os termos com atenção. Assim você evita ciladas e também se protege nesta área, pois há golpes e fraudes que podem acabar agravando ainda mais a situação em vez de melhorá-la.

Então, há pelo menos três cuidados imprescindíveis a serem adotados na escolha do consultor a quem você vai confiar suas informações pessoais e financeiras e também durante o andamento dos trabalhos. Não aceite uma consultoria informal, do tipo “vai me passando” as informações e eu te oriento. É preciso estar atento aos detalhes.

1) Busque referências profissionais

O primeiro cuidado é conhecer o consultor financeiro pessoal, a formação acadêmica, técnica e certificações, a experiência profissional (quantos anos de atuação, quem são os mestres e colegas) e a avaliação de ex-clientes (peça o contato com um ex-cliente e converse ou busque depoimentos no site profissional).

Faça também conversas preliminares por vídeo, telefone ou presencial para observar a afinidade entre vocês. Serão conversas bastante íntimas, então você deve se sentir à vontade na presença do consultor.

Observe ainda se o profissional pode ter algum tipo de conflito de interesse, ou seja, recebe uma taxa de remuneração dupla, do cliente e de alguma instituição que lhe recomendar. Se houver indicação de apenas uma operadora de renegociação, de investimento ou corretora, por exemplo, questione e desconfie.

É mais seguro caso o profissional seja certificado pela CVM, a Comissão de Valores Mobiliários do governo federal, pela Anbima, a Associação Brasileira de Entidades do Mercado Financeiro, e pela Planejar, a Associação Brasileira de Planejadores Financeiros.

Você pode pesquisar por um profissional nos respectivos sites. “Hoje tem muita gente oferecendo serviços na internet a partir da experiência pessoal, por ter consigo algo por conta própria. Mas se o profissional não tem nenhuma certificação de mercado, é difícil que ele esteja preparado para a atividade”, reforça Marisa Dornelles, que lembra ainda que há práticas como de agente de investimento que é irregular sem certificação.

2) Exija um contrato formal

O acordo entre as duas partes deve estar explícito em um contrato formal, assinado pelos dois, com cláusulas de sigilo e confiabilidade.

As suas informações financeiras só dizem respeito a você e sua família. Abrir para um terceiro é uma decisão importante que precisa estar em comum acordo também com as demais pessoas envolvidas, como filhos e cônjuges.

Entenda que você terá que compartilhar renda líquida mensal, despesas por categorias, dívidas e empréstimos, financiamentos, bens imóveis e outros dados. Só assim o consultor poderá adequar seus sonhos e desejos aos objetivos para atingi-los.

3) Compartilhe as informações, não o acesso

Este ponto é central para aumentar a sua segurança durante o processo de consultoria financeira pessoal. O profissional vai te ajudar a organizar a conta bancária, mas não deve operar a conta para você.

A consultoria financeira não é uma tutela financeira, ou seja, você não deve autorizar o consultor a fazer as transações financeiras e gerir as suas contas. Portanto, não conceda o acesso a logins, senhas, cartões de crédito e débito.

Mesmo que o consultor demonstre confiança, o compartilhamento de dados sigilosos é arriscado porque faz a informação circular para além do controle do titular. Consulte o profissional sempre que tiver dúvidas, mas não delegue a operação financeira a terceiros.

Marisa explica que o acesso a informações financeiras deve ser sempre através do cliente. “Pode até acontecer de o profissional ir até o banco com o cliente para conversar com o gerente, mas quem opera a conta e os investimentos deve ser o titular”, aponta Marisa.

O equilíbrio financeiro traz inúmeros benefícios. Há quem consiga fazer a transformação sozinho, há quem precise de uma ajuda técnica e comportamental. Então, se você se enxerga como um cliente de um consultor financeiro, não hesite em avançar na busca do melhor profissional para você. Mas não descuide da conduta preventiva com seus dados pessoais para não transformar o sonho de melhorar a sua relação com o dinheiro em pesadelo.

Uma das estratégias mais inteligentes para assumir o controle sobre os seus dados pessoais é o monitoramento do CPF.

Mesmo com todos os cuidados, pode acontecer de suas informações vazarem, seu login e senha circularem sem o seu conhecimento e você se tornar uma vítima de falsificação de documentos, compras e empréstimos indevidos ou outro crime. Para aumentar a sua segurança, conheça o Serasa Premium. Com ele, você passa a ser alertado sobre qualquer movimentação feita em seu nome e pode agir antes que o problema fique fora de controle.