Scammers: como identificar golpistas em sites de namoro

Por Lise Brenol

Scammers são golpistas que agem em sites de namoro e relacionamentos. Conheça os crimes mais comuns em aplicativos de encontros e saiba como não se tornar vítima.

Os aplicativos e sites de relacionamentos são populares entre pessoas de todas as idades que buscam um parceiro amoroso. Desde o começo da pandemia de Covid-19 e do distanciamento social, com menos eventos presenciais, o volume de acesso a este tipo de serviço cresceu no mundo todo. Mas é preciso estar atento para os crimes cometidos por scammers (fraudadores, em inglês), como sextorsão e catfish.

Os golpistas buscam aproximação das vítimas, normalmente aquelas que fornecem muitas informações pessoais nos sites, para obter dinheiro ou os dados do cartão de crédito.

duas escovas juntas ilustrando um casal

Os usuários precisam estar atentos para identificar desde pequenas mentiras na interação com parceiros reais até perfis completamente falsos. Uma pesquisa do aplicativo Happn aponta que os brasileiros são os usuários que mais mentem no aplicativo sobre a idade, a prática de esportes e hábitos como fumar e beber álcool.

A manipulação emocional, no entanto, pode se configurar com características mais perversas e visar a prática criminosa quando os perfis forem totalmente falsos, ou seja, utilizarem nomes, fotos e dados de terceiros. Conheça mais sobre os dois tipos mais comuns de crimes de extorsão em aplicativos de encontros.

Sextorsão é o golpe mais aplicado por scammers

O golpe de extorsão sexual, chamado de sextorsão, visa seduzir a vítima a compartilhar imagens íntimas por meio do aplicativo de relacionamento, como nudes ou vídeos de interações íntimas como sexo virtual.

O criminoso iniciará a conversa falando o que a vítima gosta de ouvir, ou seja, usará informações disponíveis no perfil para lhe agradar. O golpista afirmará que tem gostos similares e mostrará uma paixão súbita.

Normalmente, estes tipos de scammers buscam vítimas em situações mais vulneráveis, como viúvas/viúvos, mulheres divorciadas, homens mais velhos e perfis LGBTQI+ não assumidos.

O objetivo é fisgar a vítima por alguma fraqueza oferecendo suporte e apoio para estabelecer um laço de confiança, o que é conhecido como tática de engenharia social.

Outra característica deste golpe são as desculpas para não ter encontros pessoais, como estar em viagem, morar em outra cidade ou país ou mesmo a questão do distanciamento pela pandemia. Quando a vítima estiver envolvida o suficiente, o criminoso começará a propor interações mais íntimas.

As primeiras investidas serão para a vítima enviar uma foto sensual, depois uma foto com nudez, os nudes, e por último, vídeos com interações íntimas. Neste ponto da relação, a vítima estará tão envolvida que passará a fornecer outras informações, como o endereço, telefone, e-mail e até dados pessoais como CPF e registro de identidade. Então, o pacote de extorsão está completo.

No passo seguinte, o parceiro desaparece ou termina a relação por qualquer motivo. Um tempo depois, a vítima começa a receber ameaças de terceiros dizendo que têm em posse imagens íntimas e ameaçam publicar o conteúdo na Internet se a vítima não pagar uma determinada quantia de dinheiro.

2. Catfish: uma armadilha para roubar dados pessoais

No inglês, catfish significa, em tradução literal, peixe-gato. No entanto, a expressão tem sido utilizada como gíria para se referir a pessoas que criam perfis falsos em sites e aplicativos de relacionamento. O objetivo dos criminosos é enganar vítimas e roubar informações ou dados pessoais.

Diferente da sextorsão, o catfish não visa chantagear por meio de imagens e vídeos íntimos, e sim obter o máximo de intimidade para que a vítima passe informações pessoais, senhas, transfira dinheiro e outros benefícios monetários. As vítimas, além de terem o coração partido, também percebem prejuízos financeiros.

O perfil catfish utiliza fotos de terceiros, normalmente retiradas de redes sociais na Internet, apelidos curtos sem sobrenome ou nomes completos inventados e simulam uma vida fictícia de rotina de trabalho, família e lazer. A tática é ganhar confiança e intimidade com a vítima para que os laços se fortaleçam a ponto de as trocas de informações parecerem naturais.

A relação parece perfeita nas primeiras semanas e em seguida começam as declarações de amor, desejo e casamento ou futuro juntos.

No golpe de perfis catfish sempre haverá um ou mais pontos de virada, ou seja, o romance perfeito é abalado porque o par falso perdeu emprego e ficou sem dinheiro ou teve uma despesa maior do que poderia comportar.

Outra situação comum neste tipo de golpe é quando o par romântico mora longe e argumenta precisar de dinheiro para a viagem do primeiro encontro. Em um grau mais perverso, o golpista cria a expectativa de estar a caminho para conhecer pessoalmente a vítima, porém, durante a viagem perde a carteira ou é roubado.

São situações nas quais a vítima é levada a acreditar que pode “salvar” o par romântico de uma situação crítica. A ajuda geralmente será por meio de transferência de quantias em dinheiro ou empréstimo dos dados de cartão de crédito para “resolver a questão”.

Outra tática usada pelos scammers que praticam catfish é o levantamento do máximo possível de dados pessoais, como CPF, endereço completo, número do telefone celular, e-mail, profissão, conta bancária e senhas.

Os dados são solicitados em situações diversas, como “quero adicionar no meu aplicativo de streaming” ou “quero enviar um e-mail sobre a viagem” ou “me adiciona no WhatsApp” e outros argumentos em meio a conversas íntimas para convencer a vítima de que o ato é inofensivo ou mesmo ingênuo para que os dois estreitem os laços da relação.

Muitas vezes, essas mensagens contêm links de malware ou de sites falsos para que a vítima preencha informações. A consequência é o uso dos dados pessoais e bancários da vítima para contrair dívida ou empréstimos não consentidos, que só serão conhecidos mais tarde quando a relação estiver rompida.

Cinco dicas para identificar os scammers, os golpistas do amor

  1. Investigue a imagem do perfil antes de iniciar a conversa e verifique se a foto do perfil é autêntica. Para isso, uma pesquisa no Google Imagens pode te ajudar a ter certeza de que ela é original e não foi publicada por terceiros.

  2. Verifique dados da profissão e outras atividades de rotina do par romântico. Caso se apresente como funcionário(a) de uma empresa determinada, acesse o site da empresa e procure pelo nome da pessoa e função que exerce. No LinkedIn da companhia, você também poderá encontrar os nomes dos funcionários que possuem conta na rede social.

  3. Observe as contradições nas mensagens. Os golpistas normalmente tropeçam em detalhes, trocam nomes ou escrevem errado. Erros podem acontecer, mas fique mais atento caso isso se repita com frequência.

  4. Prefira interagir com perfis certificados, ou seja, aqueles que autenticam foto e nome completo. Alguns sites e aplicativos como o Happn oferecem o serviço. Não é passaporte de imunidade a golpes, mas é uma camada a mais de segurança.

  5. Paixão súbita, senso de urgência e comportamento dramático costumam compor o perfil dos golpistas que rapidamente fazem declarações de amor e promessas de futuro. Eles também procuram afastar as vítimas de amigos e familiares, pedindo para guardarem segredos. Fique de olho!

Embora pareçam inofensivos, os sites e aplicativos de relacionamento podem servir como porta de entrada para crimes sérios que colocam em risco a privacidade das suas informações. Com seus dados em mãos, os scammers podem aplicar diferentes golpes e trazer grandes prejuízos às vítimas.

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