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Ludopatia: conheça o mecanismo do vício em apostas

O vício em jogos de azar é uma doença séria, que precisa de tratamento adequado e multidisciplinar.

Publicado em: 18 de outubro de 2024

Categoria Educação financeiraTempo de leitura: 8 Minutos

Texto de: Time Serasa

Pessoa cabisbaixa em uma mesa de poker

A popularização das Bets, em fase de regulamentação no Brasil, acendeu um alerta para o risco do vício em apostas. A ludopatia tem impactos na saúde mental, emocional e financeira de uma pessoa, e precisa de tratamento profissional.

O vício em jogos sempre foi um risco associado ao hábito, mas com as Bets, casas de apostas virtuais, a exposição é muito maior, já que estão ao alcance do celular, a qualquer hora do dia. De acordo com a consultoria PwC, o mercado de apostas online no país cresceu 89% entre 2020 e 2024, e o Brasil hoje é o terceiro maior mercado do mundo.

Um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), em parceria com a AGP Pesquisas, apontou que 63% dos brasileiros que apostam tiveram parte da renda comprometida com as Bets – o que pode indicar um relacionamento nocivo com o hábito.  

Entenda em detalhes o que é ludopatia e como identificar os sinais de alerta.

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Ludopatia: significado

A palavra ludopatia é composta pela combinação de dois elementos. “Ludo” vem do latim, e significa jogo, divertimento. “Patia” tem origem na língua grega, e exprime a noção de doença ou sofrimento.

Portanto, ludopatia significa vício em jogos de azar, uma condição reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Também chamado de ludomania, o transtorno do jogo patológico é caracterizado pelo desejo incontrolável de continuar jogando, mesmo que o hábito já esteja causando dados à vida social e às finanças da família.

A dinâmica do vício em jogos é semelhante à dependência de substâncias químicas. O ludopata, ou jogador compulsivo, desenvolve a fissura por continuar jogando, e se torna dependente da emoção causada pela aposta, que libera dopamina e ativa uma sensação de prazer no cérebro.


Leia também | Jogar na loteria online é seguro?

Ludopatia: sintomas

Nem toda pessoa que joga é viciada. Entretanto, todos estão expostos ao risco de desenvolver ludopatia, mesmo que nunca tenham apresentado vícios em outras áreas da vida. É preciso ficar alerta a mudanças de comportamento, nas relações interpessoais e nas finanças.

O alerta mais claro é a vontade incontrolável de apostar. O diagnóstico é dado por um profissional da saúde, mas alguns sinais podem indicar a necessidade de ajuda profissional:

  • ● A frequência do hábito e o valor apostado estão cada vez maiores.
  • ● A pessoa já tentou parar mais de uma vez, mas não conseguiu.
  • ● O pensamento ao longo do dia gira em torno das apostas.
  • ● O jogo se transforma em uma forma de aliviar o estresse.
  • ● Alterações de humor e aumento da irritabilidade, especialmente quando tenta parar de jogar.
  • ● Comportamentos de risco com relação ao controle financeiro, como usar as reservas de emergência ou pedir empréstimos para pagar as apostas.
  • ● O apostador esconde da família e dos amigos informações sobre o quanto tem jogado e os valores apostados.

Onde encontrar ajuda para viciados em jogos

Quem enfrenta o vício em jogos e apostas deve procurar diagnóstico e tratamento adequados, feito normalmente de forma multidisciplinar com profissionais da saúde mental, como psiquiatras e psicólogos. A abordagem é semelhante às linhas de tratamento para outras formas de dependência e algumas clínicas particulares oferecem internações de três meses para estes casos.

No Sistema Único de Saúde (SUS), a referência para o cuidado em saúde mental e atendimento a diferentes tipos de dependência são os Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

Grupo Jogadores Anônimos

O Jogadores Anônimos (JA) existe no Brasil desde os anos 1990 e acolhe pessoas que se reconhecem jogadores compulsivos. O grupo de apoio promove reuniões periódicas e funciona de forma semelhante ao Alcoólicos Anônimos, estabelecendo 12 passos de recuperação.

O JA promove reuniões presenciais em pelo menos 16 capitais no Brasil, além de reuniões online para quem não tem acesso aos grupos presenciais. O site oficial do Jogadores Anônimos divulga uma linha de ajuda nacional para quem quer começar o acompanhamento com grupos: (11) 99571-6942 (WhatsApp).

A partir do JA surgiu o Jog-Anon, uma organização formada por familiares e amigos de pessoas afetadas pelo jogo. Este grupo também faz reuniões de apoio de forma presencial e online.

Quando buscar ajuda para a ludopatia

O grupo Jogadores Anônimos elaborou 20 perguntas para definir quando é hora de buscar ajuda. Se uma pessoa responder afirmativamente a pelo menos sete delas, é provável que seja considerada um jogador compulsivo.

Conheça as 20 perguntas:

  1. Você já perdeu horas de trabalho ou da escola devido ao jogo?

  2. Alguma vez o jogo já causou infelicidade na sua vida familiar?

  3. O jogo afetou a sua reputação?

  4. Você já sentiu remorso após jogar?

  5. Alguma vez você já jogou para obter dinheiro para pagar dívidas ou então resolver dificuldades financeiras?

  6. O jogo causou uma diminuição na sua ambição ou eficiência?

  7. Após ter perdido você sentiu como se necessitasse voltar o mais cedo possível a recuperar as suas perdas?

  8. Após um ganho você sentiu uma forte vontade de ganhar mais?

  9. Você geralmente jogava até que seu último centavo acabasse?

  10. Você relutava em usar o “dinheiro do jogo” para as despesas normais?

  11. Alguma vez você já vendeu alguma coisa para financiar seu jogo?

  12. Você já pediu dinheiro emprestado para financiar seu jogo?

  13. O jogo o tornou descuidado com seu bem-estar e o da sua família?

  14. Alguma vez você jogou por mais tempo do que planejava?

  15. Alguma vez você já jogou para fugir das preocupações ou problemas?

  16. Alguma vez você já cometeu, ou pensou em cometer um ato ilegal para financiar o jogo?

  17. O jogo fez com que você tivesse dificuldades para dormir?

  18. As discussões, desapontamentos ou frustrações fizeram com que você tivesse vontade de jogar?

  19. Alguma vez você já teve vontade de celebrar alguma boa sorte com algumas horas de jogo?

  20. Alguma vez você já pensou em se autodestruir como resultado do seu jogo?

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