Como se proteger contra o golpe do Pix agendado

Saiba como identificar o golpe do Pix agendado, uma das modalidades de fraudes que mais exigem atenção dos comerciantes e dos consumidores.

PIX


Autor: Marlise Brenol

Publicado em 26 de outubro de 2022

O pagamento por Pix, costume nacional com mais de 136 milhões de pessoas habilitadas pelo Banco Central, tem atraído também a cobiça de criminosos, que enxergam na transação desburocratizada uma oportunidade para praticar fraudes. O golpe do Pix agendado já é uma modalidade de crime, exigindo a atenção de comerciantes e dos consumidores.  

De acordo com pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), entre março de 2021 e março de 2022 o número de pessoas que fizeram mais de 30 transferências via Pix por mês cresceu 809%. O de pessoas que receberam mais de 30 Pix em 30 dias avançou 464%. Como mostram os números, a preferência nacional se mostra um caminho sem volta. 

Para Rodrigo Mulinari, diretor do Comitê de Inovação da Febraban, o meio de pagamento trouxe conveniência e facilidades para os clientes e tem se mostrado uma poderosa ferramenta para impulsionar a bancarização no país. Mulinari acredita que a evolução do Pix passa por adicionar funcionalidades para impulsionar as transações entre pessoas e empresas.  

A pesquisa aponta ainda que sete em cada 10 operações no país são de transações digitais em aplicativos ou sites de bancos. As transações relacionadas a pagamentos cresceram 72% no mobile banking. O cliente de aplicativo bancário acessa seu banco em média 40 vezes por mês – quase o dobro das 24 vezes registradas em pesquisa anterior.   

O crescimento do hábito de pagamento online e pelo smartphone também fez os golpes e fraudes aumentarem. A Febraban alerta que as táticas dos criminosos mudam todo o dia e que a melhor prevenção é estar bem-informado. Para ajudar, em setembro de 2022 foi relançada a campanha “Pare e pense #podesergolpe”, que explica os tipos de armadilhas mais frequentes.  

Como identificar o Golpe do Pix agendado

A possibilidade de agendar pagamentos futuros, disponibilizada nos aplicativos e no internet banking, é motivo de preocupação extra para comerciantes e pessoas físicas e caso de polícia porque possibilita armadilhas armadas por golpistas.  

O golpista realiza a compra na loja ou a negociação direta com um vendedor e agenda o pagamento para algumas horas depois ou para o outro dia, alegando que vai entrar um dinheiro na conta. Antes do horário ou data acordados os criminosos cancelam a operação, consumando o prejuízo.

A fraude do comprovante

Outra variação do mesmo golpe é a fraude do comprovante de agendamento. Os criminosos geram um Pix de centavos e alteram o valor antes de enviar o comprovante à vítima. O recebedor só vai perceber a armadilha na data futura acertada. Apesar de as transações Pix serem rastreáveis pelo Banco Central, em geral os criminosos não incluem os próprios dados, o que inviabiliza ou dificulta a investigação.

Banco Central garante que o Pix é seguro

O Pix é considerado um meio de pagamento seguro para o sistema financeiro nacional. Isso significa que a operação em si é inviolável, pois desde que foi implementada jamais foi alvo de hackers ou invasão. O golpe do Pix agendado ou a fraude do comprovante acabam ocorrendo, porém, porque o criminoso engana a vítima. Explicando melhor: os consumidores é que são lesados, e não o sistema.  

Como o Pix só é operado a partir do aplicativo da instituição em que o cliente tem conta ou do internet banking, as camadas de segurança de login, senha, reconhecimento biométrico, facial ou uso de token são protetivas de invasão cibernética. Além disso, as informações trocadas entre instituições sobre os usuários emissores e destinatários das transações são criptografadas na Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN).  

Outro recurso que pode ajudar na investigação de quadrilhas de golpes por Pix é a possibilidade de rastreamento das transações. A identificação das contas recebedoras possibilita chegar aos destinatários das quantias transferidas. O que dificulta a investigação, muitas vezes, é o uso de “laranjas” involuntários (em geral, pessoas que tiveram seus dados pessoais roubados e nem imaginam estar associadas a movimentações financeiras suspeitas).  

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Cinco dicas para evitar o golpe do Pix

• Entregue a mercadoria somente após ter o dinheiro em conta. O agendamento não garante o pagamento. O Pix agendado pode aparecer no extrato bancário como lançamento futuro, mas isso não é pagamento. 

• Cadastre o consumidor com comprovantes de residência e outras informações de referência antes de aceitar Pix parcelado ou agendado. 

• Evite compartilhar CPF ou outro dado pessoal, como chave Pix, com estranhos. Prefira o número do celular ou e-mail.  

• Consulte o extrato bancário para confirmar o pagamento do Pix e peça para a pessoa aguardar a conferência. 

• Verifique se o comprovante da transação contém número de ID ou da transação, valor transferido, data e hora, descrição da compra, informações do destinatário, informações do pagador. 

Golpes do Pix: entenda o que são e como se proteger 

Golpe do Pix - Serasa Ensina

A atitude preventiva ganha reforço com o monitoramento sistemático do seu CPF. Muitos dos golpes são aplicados a partir do uso indevido dos dados de identificação da vítima. Para ficar no controle da sua vida financeira é importante acompanhar tudo o que acontece com os seus dados.  

O Serasa Premium, serviço de assinatura da Serasa, faz o rastreamento de tudo que acontece com seu CPF e CNPJ, como consultas, Score e negativações. O serviço é automatizado e ativo 24 horas por dia. Com a conta Premium, além de alertas de movimentações suspeitas, o cliente tem atendimento exclusivo na Serasa e determina se seu Score pode ou não ser consultado pelo mercado.  

O Premium também avisa sempre que: 

• seu CPF ou CNPJ for consultado; 

• Serasa Score variar;  

• dados vazarem na Dark Web.