Como usar uma planilha de gastos mensais com filhos?

Fazer uma planilha de gastos mensais com filhos contribui para planejar as contas da família e manter uma vida financeira saudável.

Planilha de gastos mensais para casais e pessoas com filhos

colunista Elaine Ortiz
Publicado em: 18 de janeiro de 2022.

Uma planilha de gastos mensais com filhos pode ser determinante para a saúde financeira de uma família. Afinal, segundo um estudo do Banco Central, 46% dos casais brigam por conta do dinheiro, 51% culpam o outro pelo desequilíbrio financeiro e 29% não revelam detalhes de suas finanças pessoais para o parceiro.

Quando se tem um filho, então, a situação fica ainda mais difícil já que, além dos gastos mensais da família subirem consideravelmente, o casal agora passa a lidar com diversos desafios como noites mal dormidas, cansaço, irritabilidade, sensação de solidão, mudanças na renda, caso o pai ou a mãe resolva deixar o trabalho para se dedicar aos cuidados do rebento.

É por isso que planejamento é a ordem sempre que o assunto é finanças e montar uma planilha de gastos mensais com filhos é importante desde quando o bebê ainda é apenas um projeto. Continue a leitura para entender os motivos!

Planilha de gastos mensais com filhos: quando começar? Por que é importante?

Planilha de gastos mensais com filhos: quando começar? Por que é importante?

Segundo um estudo do Instituto Nacional de Vendas e Trade Marketing (Invent), ter um filho pode custar até R$ 2,08 milhões – cerca de R$ 7.536 ao mês até ele completar 23 anos. Mas, claro, isso depende da renda da família.

Em famílias da classe média (B e C), os gastos com um filho até a juventude vão de R $948.100 a R$ 407.140, respectivamente.

Os gastos são muitos e aumentam conforme a criança cresce. Aliás, desde antes da gestação, em uma gravidez planejada, já existem muitos custos como vitaminas, fertilização, consultas, que podem ser previstos e registrados em uma planilha. Depois, com o bebê já na barriga, exames, ultrassons, enxoval, parto… Tudo custa dinheiro e, por isso, é importante planejamento.

Quando a criança nasce, vêm os custos com fralda, vacina, leite (caso o aleitamento materno não seja exclusivo), roupas o tempo todo (já que bebês crescem muito rapidamente), babá ou escola (se os pais voltarem a trabalhar após a licença), brinquedos e por aí vai.

Por isso, a hora de começar é agora. Se você já tem seu filho nos braços e ainda não faz o controle financeiro, não tem problema, você também já pode começar a se organizar melhor a partir daqui.

Mas se ter filhos é um projeto mais para o futuro, você também pode começar a se organizar desde já. A principal orientação dos especialistas é que primeiro você esteja com suas contas pessoais em dia, sem dívidas e com uma reserva de emergência estruturada, que cubra de seis a 12 meses do seu salário. Ter essa quantia guardada se torna ainda mais importante quando se tem filhos, já que as chances de imprevistos aumentam com a chegada das crianças.

Afinal, sem planejamento, muitos problemas financeiros podem surgir quando a família aumenta. É importante este controle para evitar desentendimentos, escassez, brigas, endividamento e ajudar a criança a crescer em um ambiente mais feliz e próspero.

Leia também | Reserva de emergência: como fazer a sua e se preparar para imprevistos?

Como fazer uma planilha de gastos mensais com filhos?

Há diversas formas de se organizar: pelo celular, em um caderno, agenda, planner, pelo computador, em uma planilha do Excel ou até por aplicativos. Escolha o meio que te deixe mais à vontade e comece a prever gastos.

Para isso, é necessário entender o que é importante para a família quando se tem um filho: fotos periódicas? Festas em buffet? Escola pública ou particular? Plano de saúde ou saúde pública? Claro que essas escolhas não se tratam apenas de preferências, tudo isso depende da realidade financeira da família. Fazer o que é possível e cuidar da criança da melhor forma que a família pode é, sem dúvida, o mais importante.

De modo geral, os especialistas recomendam que não se gaste mais de 30% da renda da família com o filho, para evitar endividamento. E outra dica muito relevante é, desde cedo, prever um valor mensal para poupar em nome daquela criança.

Na sua planilha, você pode lançar todos os gastos com seu filho, os essenciais, os supérfluos e o quanto quer poupar. Você pode escolher organizar por fases da vida: da gestação aos 5 anos, dos 5 aos 10 anos, dos 10 aos 15 anos, de 15 a 18 anos, de 18 a 23 anos. Cada fase possui gastos específicos que podem pesar no orçamento caso não sejam previstos e planejados.

Uma sugestão é focar em uma fase por vez, até porque os preços são dinâmicos, os gostos e hábitos das gerações mudam (por exemplo, brincar na rua de esconde-esconde é de graça, jogar videogame requer a compra de aparelhos). Assim, lembre-se que o que você prevê hoje fornece uma ótima base, mas não significa que será exatamente como foi previsto.

Assim, para exemplificar, vamos focar apenas nos custos que podem constar em sua planilha de gastos mensais com o filho da gestação aos cinco anos. São eles:

Itens essenciais:
  • Consultas médicas, exames específicos, vitaminas pré-natais;

  • Enxoval: roupas para bebê, lençóis, toalhas, fraldas de pano;

  • Quarto e equipamentos: berço, banheira, cômoda, trocador, decoração, carrinho, bebê conforto, cadeirão de alimentação;

  • Fraldas até, em média, para 3 anos;

  • Itens de higiene, como shampoos, condicionadores, sabonetes, pomada anti-assaduras, lenço umedecido;

  • Vacinas que não são oferecidas no Sistema Público de Saúde, como a meningocócica B, por exemplo;

  • Escola ou babá;

  • Plano de saúde;

  • Brinquedos educativos;

  • Roupas.

Itens opcionais:
  • Sexagem fetal (exame para saber o sexo genético da criança);

  • Ensaios fotográficos periódicos;

  • Festas de aniversário em buffet;

  • Babá eletrônica;

  • Poltrona de amamentação;

  • Kit berço.

Gastos com filhos: 5 dicas para economizar nos primeiros anos

Economizar é sempre muito bom, principalmente diante de tantos custos envolvidos nos cuidados com um filho. Confira dicas e estratégias para gastar menos nos primeiros anos de vida da criança:

1. Faça chá de fraldas

As fraldas descartáveis são itens caros e que os bebês costumam usar por muito tempo (até os três anos, em média). Você pode também optar por fraldas ecológicas, de pano. São mais baratas, mas menos práticas, no geral. E no chá, peça mais fraldas tamanho M. RN são pouco usadas e alguns bebês nem chegam a usar. As de tamanho P também são utilizadas por pouco tempo. A M é a que mais é utilizada e atende bebês dos 5 aos 9 quilos.

Depois que seu estoque acabar, pesquise sempre pela internet e busque promoções. Faça a conta por tiras, por exemplo: se o pacote de fraldas custas R$ 60 reais e vier com 58 tiras, cada unidade saiu por R$ 1,03. Inclua no preço da tira o frete, para saber se realmente você está fazendo um bom negócio. Se no exemplo acima o frete tiver sido R$ 10, seu pacote saiu por R$ 70 e cada unidade de fralda custou na verdade R$ 1,20. Ainda assim, costuma compensar a compra online.

Outro item que é válido pedir no chá de fraldas é o lenço umedecido. Experimente marcas variadas, se seu bebê não apresentar nenhuma alergia. Algumas toalhinhas mais “desconhecidas” com pacote de 100 unidades são excelentes e possuem preço melhor do que as marcas famosas.

2. Compre somente o essencial no enxoval

Para muitas famílias, até o berço é um item desnecessário no enxoval. Muitos bebês não dormem muito bem no berço e algumas famílias acabam optando por cama compartilhada (quando leva o bebê para a cama dos pais).

Há quem ame, há quem questione se é o melhor caminho, mas cada família vai descobrir o que funciona melhor para aquela criança e para aqueles pais. Lembrando que a cama compartilhada deve ser feita com segurança. Um mini berço portátil que pode ser acoplado na cama dos pais pode ser uma forma de economizar e manter o bebê pertinho. Além disso, facilita na hora de amamentar durante as madrugadas.

Cuidado também com a decoração exagerada e itens que realmente um bebê não precisa, como sapatos, por exemplo. São fofos, porém caros, e no começo da vida, até o bebê tomar todas as vacinas, nem é recomendável que ele saia de casa (e se sair, ele também não colocará os pés no chão).

3. Não compre chupetas e mamadeiras durante a gestação

Chupetas, mamadeiras e esterilizadores são itens caros e que talvez seu filho não utilize. A ciência mostra que

o aleitamento materno exclusivo até os seis meses é tudo o que a criança precisa de alimento.

Amamentar pode não ser fácil no começo, mas quando mãe e bebê superam a fase inicial, a amamentação se torna aliada da mãe, além de ser muito saudável para o filho. Se comprar mamadeiras e chupetas antes do nascimento da criança, pode acabar nem utilizando estes itens.

Lembre-se também que as latas de leite industrializadas para bebês custam caro (a partir de R$ 60) e se o bebê tomar três mamadeiras por dia você provavelmente irá consumir no mínimo 1 lata de 800 g de pó por semana. Pode valer mais a pena investir em uma profissional consultora de amamentação, para ajudar no início, do que nestes itens. Vai ser bom para o bebê, para você e para seu bolso.

4. Prefira dar as vacinas no Sistema Público de Saúde

O SUS disponibiliza um dos melhores calendários vacinais do mundo, com mais de 15 vacinas essenciais e gratuitas disponíveis para bebês e crianças.

A rotatividade dessas vacinas é muito alta e os postos de saúde de todos os bairros disponibilizam as imunizações, então é tudo seguro e de graça. Lembre-se que algumas vacinas não fazem parte do calendário do SUS, mas podem ser encontradas na rede particular e fica a seu critério decidir se irá pagar por elas ou não.

5. Cuidado para não se endividar

Se apesar de todo seu planejamento os custos com seu filho ainda ficarem maiores que o previsto, redobre o cuidado com as finanças. É muito comum pais se endividarem nessa fase para arcarem com custos elevados.

Recorrer ao cheque especial para driblar essa situação, por exemplo, pode ser o início da criação de uma grande bola de neve, que, como falamos no início do texto, acaba gerando brigas, separações e muita dor de cabeça.

Se o endividamento acontecer com sua família, considere procurar opções de empréstimo mais saudáveis para seu bolso. Para isso, você pode utilizar o Serasa Crédito, serviço de crédito da Serasa no qual você encontra ofertas de empréstimo e cartões de crédito com base no seu perfil financeiro e necessidades. Acesse e simule.

Agora que você já entendeu a importância de fazer uma planilha de gastos mensais com filhos, não deixe de continuar acompanhando os conteúdos de educação financeira do blog da Serasa!