Por que existem geradores de CPFs aleatórios?
Você já ouviu falar em número de CPF aleatório? Ele não é validado pela Receita Federal, mas permite aos desenvolvedores testarem softwares. Entenda.
Publicado em: 13 de junho de 2022.
O cadastro de pessoa física, o popular CPF, é a identificação do cidadão como contribuinte na Receita Federal. Desde 2017, cada registro de certidão de nascimento nos cartórios de registro civil deve obrigatoriamente incluir o cadastro do CPF. A operação foi implementada por um convênio de abrangência nacional, ou seja, o cidadão não precisa gerar outro número de CPF ao longo da vida, menos ainda um CPF aleatório.
Então por que existem geradores de CPFs aleatórios?
Pois é, para quem não é do universo da tecnologia e desenvolvimento, o estranhamento é natural e pode até soar como endereços fraudulentos e criminosos. Mas quem conhece sites como o 4Devs sabe que eles são espaços que oferecem ferramentas on-line para programadores de códigos de internet. Muitos sistemas de softwares exigem dos programadores uma fase de testes preliminares, antes do lançamento do produto. Quando o software é estruturado em base de cadastros de pessoas físicas, os programadores precisarão inserir inúmeros CPFs para fazer o programa rodar.
Os números a serem inseridos têm de conter a mesma estrutura de um CPF, ou seja, ser formado pela mesma lógica que o documento original. Cada CPF válido é gerado pela Receita Federal a partir de séries numerais. Os oitos primeiros dígitos são o número-base de inscrição na Receita Federal, o dígito seguinte identifica o Estado de nascimento, e os dois últimos são dígitos de verificação.
Sabendo esta fórmula é possível reproduzir um CPF diferente dos já validados pela Receita Federal. Ou seja, o software vai identificar como um número de CPF potencialmente correto, porém ele não está validado. Na fase de testes, os softwares normalmente não estão integrados a um sistema e, portanto, a verificação de validade não acontece.
Há ainda uma outra prática no desenvolvimento de testes de softwares que é o uso de uma lista de cadastro pessoal real. Este tipo de uso sem consentimento pelo titular é considerado ilegal pela lei geral de proteção dos dados
Pedi o meu CPF, posso gerar um novo número?
A resposta é não, você não pode gerar um novo CPF se perder o número da inscrição. A inscrição de pessoa física é gerada somente pela Receita Federal. Caso você tenha perdido os documentos e não lembre mais do número, terá de recorrer ao órgão federal diretamente.
O CPF é possivelmente o documento mais requisitado na vida adulta do cidadão. Além de ser essencial para a prestação de contas com a Receita Federal, também é solicitado para concurso público, para abrir conta em banco, solicitar um cartão de crédito, pedir carteira nacional de trabalhou ou passaporte.
Desde 2011, o comprovante do CPF passou ser digital. Antes disso, o cidadão ainda recebia uma carteira em papel ou plástico. Para quem tem dificuldade de memorizar os 11 dígitos, pode ser um problema. Mas fique calmo! É possível imprimir o documento digital e levar na carteira, como alternativa ao smartphone. Outra possibilidade é salvar o comprovante no aparelho celular. Há ainda a possibilidade de baixar o aplicativo Pessoa Física para IOs e Android e ter o ícone salvo na tela do celular para consultar quando precisar.
A inscrição da pessoa física na Receita Federal pode estar registrada em outros documentos como o RG digital, a carteira nacional de habilitação, o título de eleitor, a carteira do trabalho ou até mesmo na certidão de nascimento, em especial, a partir de 2017. Caso você não ache o número de jeito nenhum, a Receita Federal recomenda que o cidadão abra um protocolo com um requerimento para regularização, solicitando o número válido. Para isto, há um endereço no site para orientar o envio dos documentos por e-mail. Este também é o procedimento para regularizar problemas com o CPF.
Assista | Como consultar o CPF de graça
Quais os tipos de CPFs irregulares?
Há diferentes razões para um documento estar irregular junto à Receita Federal. Pode acontecer de você saber o seu número de inscrição, mas a situação cadastral não está regularizada. Nesta situação, você não pode solicitar um novo número de cadastro, você precisará acertar as contas com a Receita para sair da lista indesejada.
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O seu CPF pode estar pendente de regularização, suspenso, cancelado ou estar registrado como titular falecido. Entenda o que fazer nestes casos:
1. Pendente de regularização
A situação acontece quando o titular do documento deve alguma declaração anual de imposto de renda para a Receita Federal. Para regularizar, o cidadão deve identificar qual a declaração está pendente. A consulta é feita no portal e-CAC e o cidadão acessa com uma conta no gov.br. A declaração pode ser feita on-line no site mesmo ou pelo aplicativo “Meu Imposto de Renda”.
2. Suspenso
O CPF suspenso é aquele identificado como inconsistente no banco de cadastros da Receita Federal. Este é um indicativo de que há informações complementares incorretas ou incompletas. Nesta situação, o cidadão deve acessar o site e preencher as informações corretas. A atualização cadastral pode gerar a necessidade de apresentação de documentos comprobatórios, ou on-line ou em atendimento presencial em uma unidade da Receita.
3. Titular falecido
No caso do seu CPF estar associado a uma certidão de óbito, provavelmente houve um erro no registro de falecimento em cartório, pois só há baixa de CPF a partir de um documento oficial. Neste caso, é preciso agendar um atendimento em uma unidade da Receita Federal e conversar pessoalmente com um dos atendentes. É importante levar o máximo de documentos de identificação para comprovação de vida.
4. Cancelado
Um CPF é cancelado em caso de duplicidade ou por decisão judicial. Pode acontecer de um cidadão requerer na justiça a troca do número de inscrição ao longo da vida. Neste caso, o CPF anterior será cancelado e um novo será gerado. Porém, geralmente, cada pessoa pode ter apenas um número de CPF pela vida toda. O procedimento para verificar o motivo de cancelamento é agendar um atendimento presencial e levar documentos de identificação.
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Há outros riscos relacionados aos maus usos do CPF, em especial, relacionados a golpes financeiros com o uso indevido de CPF para empréstimos, compras ou abertura de contas laranja. Neste caso, a situação deve ser resolvida não na Receita Federal, mas na polícia, pois o cidadão terá de registrar um boletim de ocorrência.
O monitoramento de CPF tem sido uma medida bastante recorrente para quem quer acompanhar movimentações nos seus documentos, como vazamento no dark web. Se você busca este serviço, o Serasa Premium é ideal: ele permite que você faça o acompanhamento e ainda emite alertas quando seu Score mudar. Com a ferramenta, você também pode bloquear o CPF para consultas e conferir o histórico de quem o consultou.