Como monitorar seu score 24h de forma prática e segura
Como monitorar seu score 24h de forma prática e seguraData de publicação 22 de agosto de 202510 minutos de leitura
Atualizado em: 17 de julho de 2025
Categoria Educação financeiraTempo de leitura: 18 minutosTexto de: Time Serasa
Quando a inflação está em alta, todo mundo percebe. Os preços aumentam a cada dia, pesando no bolso na hora de ir às compras. Quando o contrário começa a acontecer e os preços passam a cair, um novo fenômeno entra em evidência: a deflação.
Inflação e deflação são fenômenos econômicos que envolvem a variação de preços de produtos e serviços. O que pode parecer um alívio para o orçamento também pode trazer consequências negativas ao consumidor.
Mas como a deflação pode ser ruim? E por que ela também pode ser difícil de ser percebida no dia a dia?
A deflação ocorre quando os preços de bens e serviços passam a cair ao invés de subir. Nesse cenário, o dinheiro fica mais valorizado, o poder de compra melhora e o consumo é estimulado. Depois de longos períodos de inflação, essa queda nos preços pode representar um alívio para o bolso dos consumidores.
● precisa ser contínua e durar um período razoavelmente longo.
O que pode significar um alívio para o bolso do consumidor, porém, também pode ser prejudicial para o bom funcionamento da economia. Especialmente porque ela pode criar um ciclo vicioso.
A queda generalizada de preços por tempo indeterminado contribui para que as pessoas adiem suas decisões de compra na esperança de conseguir preços ainda mais baixos no futuro. Esse comportamento alimenta a deflação, pois pressiona o comércio e a indústria. Sem perspectivas de vendas, elas deixam de investir.
O comerciante que faz estoque hoje, por exemplo, pode se ver obrigado a vendê-lo amanhã por um valor menor. Para não ter prejuízo, ele pode reduzir ou suspender suas encomendas em razão da baixa procura. A indústria, por sua vez, tende a cortar ou parar a produção. Esse cenário pode levar a demissões e até a falências dos setores mais vulneráveis, o que agrava o problema do desemprego. É um efeito dominó.
Assim, se perdurar por muito tempo, a deflação causa recessão econômica e as consequências podem ser piores para a economia que a própria inflação.
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A deflação também caminha no sentido oposto da inflação. O que os dois conceitos têm em comum é a mudança generalizada de preços: para baixo (deflação) ou para cima (inflação). Para ser caracterizado assim, o movimento deve ser contínuo e duradouro.
Há, no entanto, um terceiro conceito que fica no meio do caminho: a desinflação. Na prática, a desinflação ocorre quando os preços continuam subindo, mas num percentual menor que o registrado no mês anterior.
A tabela ajuda a mostrar a diferença entre os conceitos:
Aspecto | Deflação | Inflação | Desinflação |
---|---|---|---|
Definição | Aumento generalizado e contínuo dos preços de produtos e serviços. | Queda generalizada e contínua dos preços de produtos e serviços. | Aumento dos preços continua ocorrendo, mas em ritmo mais lento. |
Impacto no poder de compra | Reduz o poder de compra: o dinheiro perde valor com o tempo. | Aumenta o poder de compra: o dinheiro vale mais com o tempo. | Ainda há perda de poder de compra, mas de forma mais suave. |
Causas principais | Alta demanda, aumento de custos, excesso de dinheiro circulando. | Baixa demanda, excesso de oferta, políticas monetárias restritivas. | Políticas de controle bem-sucedidas, como alta de juros e ajuste fiscal. |
Efeitos na economia | Pode gerar instabilidade e corroer salários e poupanças. | Pode levar à recessão, desemprego e queda da produção. | Pode sinalizar que a economia está se ajustando para um cenário mais estável. |
Relação com o consumo | As pessoas antecipam compras com medo de pagar mais no futuro. | As pessoas adiam compras esperando preços ainda menores. | As pessoas seguem comprando, mas com mais cautela. |
Consequências para empresas | Custos sobem, mas receitas também podem subir; margens apertadas. | Queda nas receitas, prejuízos e risco de demissões e falências. | Receita cresce em ritmo mais lento, exigindo gestão mais cuidadosa. |
Resposta do governo | Aumento dos juros e controle dos gastos para conter os preços. | Redução dos juros, estímulos fiscais e investimento público. | Manutenção ou ajuste moderado dos juros para manter equilíbrio. |
A deflação é considerada um fenômeno raro na economia. Isso porque a tendência dos preços é aumentar ao longo do tempo, acompanhando o crescimento econômico e o aumento da demanda por bens e serviços.
A deflação é calculada da mesma forma que a inflação: por meio de indicadores que acompanham os preços de itens de consumo e depois medem suas variações.
Assim, os principais pontos que ajudam a entender como a deflação é medida são:
O principal indicador para calcular a deflação é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado mensalmente pelo IBGE. Para calcular o IPCA, o IBGE considera o custo de uma cesta de mais de 370 itens distribuídos em oito grupos: alimentação e bebidas, artigos de residência, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes.
Outro indicador que pode ser usado é o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O IGP-M acompanha valores de itens de bens industriais e matérias-primas e costuma ser utilizado no reajuste dos aluguéis.
Independentemente do índice utilizado, a deflação é identificada a partir da comparação de preços de cada item entre um período e outro – normalmente um mês ou um ano. Se a variação for negativa, então os preços tiveram queda e o país pode estar passando por um processo deflacionário.
Com o indicador em mãos, é preciso analisar se a variação foi positiva ou negativa. Caso tenha sido negativa, significa que, em média, os preços caíram. Ou seja: houve deflação naquele intervalo de tempo.
Portanto, a deflação é identificada com base na variação negativa desses indicadores, apontando que o custo de vida está, de fato, diminuindo. Mas, como veremos a seguir, isso não significa que a economia está saudável.
A deflação não surge do nada. Ela costuma estar ligada a uma combinação de fatores econômicos que enfraquecem a atividade produtiva. É um fenômeno que, na maioria das vezes, revela desequilíbrios profundos na economia e seus efeitos tendem a se espalhar por diversos setores, afetando desde o consumo até o nível de emprego.
Assim, os principais motivos que levam uma economia à deflação envolvem:
Uma das causas mais comuns da deflação é a queda no consumo. Quando as pessoas passam a comprar menos (seja porque perderam o emprego, estão endividadas ou com medo do futuro), as empresas sentem a redução nas vendas e acabam baixando os preços para tentar atrair compradores.
Isso é muito comum em momentos de crise econômica, quando o nível de confiança do consumidor cai.
Se as famílias não têm dinheiro sobrando ou não se sentem seguras para gastar, o comércio desacelera, a produção diminui, e os preços começam a cair em várias áreas. É uma reação em cadeia que começa no bolso das pessoas e se espalha por toda a economia.
Outra situação que leva à deflação é o excesso de produtos disponíveis no mercado. Quando as empresas produzem mais do que o necessário, esperando por uma demanda que não aparece, os estoques ficam cheios e os preços precisam ser reduzidos para escoar o que está parado.
Isso também pode acontecer quando há muitas importações baratas, que aumentam ainda mais a oferta de produtos.
Além disso, com os avanços da tecnologia, muitas fábricas conseguem produzir em grande escala e com menos custos, o que aumenta a quantidade de produtos no mercado. Se as pessoas não compram na mesma proporção, essa diferença entre oferta e demanda acaba pressionando os preços para baixo.
A deflação ainda pode surgir quando há menos dinheiro circulando na economia. Isso acontece, por exemplo, quando o Banco Central aumenta a taxa de juros ou adota medidas para conter a inflação. O problema é que, se essas medidas forem muito fortes ou durarem muito tempo, elas acabam deixando o dinheiro mais caro e menos acessível.
Com juros altos, fica mais difícil fazer empréstimos, financiar compras ou investir. Isso reduz o consumo e os investimentos por parte das famílias e das empresas. Com menos gente comprando e menos dinheiro girando, os preços começam a cair. É como se a economia fosse “esfriada” de propósito, mas em excesso – o efeito colateral pode ser a deflação.
Quando o real se valoriza em relação ao dólar, os produtos importados passam a custar menos.
Isso pode parecer uma boa notícia para o consumidor, que paga mais barato por eletrônicos, carros ou itens de supermercado que vêm de fora. No entanto, essa valorização pode afetar negativamente os produtores locais. Para competir com produtos importados mais baratos, eles precisam reduzir seus preços, o que pressiona o mercado como um todo.
Com o tempo, essa dinâmica pode contribuir para a queda geral dos preços, principalmente em setores mais ligados ao comércio internacional.
A evolução tecnológica e a automação permitiram que as empresas produzissem mais gastando menos. Isso é positivo em termos de produtividade, mas se os ganhos não são acompanhados por um aumento nos salários ou na geração de empregos, o consumo não cresce junto.
Quando a produção aumenta, mas as pessoas continuam com o mesmo poder de compra, os produtos acabam encalhando. Para vender, as empresas reduzem os preços, e isso contribui para a deflação.
Ou seja: de nada adianta produzir mais e mais se o dinheiro não está chegando até o consumidor. A economia precisa de um equilíbrio entre produção e renda para funcionar bem.
Por fim, crises econômicas, locais ou globais, têm forte impacto sobre a deflação. Quando uma economia entra em recessão, é comum ver o consumo cair, os investimentos pararem e o desemprego aumentar.
Nesse ambiente de incerteza, todos seguram o dinheiro: as famílias cortam gastos, as empresas pausam planos e o comércio desacelera. Com menos movimento na economia, os preços começam a cair como forma de estimular o consumo.
No entanto, se a confiança não volta, a deflação pode se manter por um longo período, tornando a recuperação ainda mais difícil.
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Apesar da primeira impressão positiva que a queda de preços pode causar, a deflação tem efeitos negativos que se espalham por toda a economia. Isso afeta a todos: empresas, trabalhadores, famílias e até o governo.
Impactos que a deflação pode causar no dia a dia de um país:
Quando os preços caem por muito tempo, as empresas começam a vender menos e lucrar menos. Isso acontece porque o consumidor, vendo que os preços estão baixando, tende a esperar mais para comprar, apostando que o valor vai cair ainda mais. Isso trava o consumo.
Com menos dinheiro entrando, as empresas ficam sem fôlego para manter suas atividades, pagar funcionários ou investir em melhorias. Algumas acabam reduzindo a produção, cortando gastos e até demitindo. Em casos mais graves, podem fechar as portas.
Com empresas faturando menos, isso logo se reflete nos empregos. Muitas delas acabam recorrendo a demissões para cortar custos ou deixam de contratar.
Além do aumento do desemprego, aqueles que conseguem segurar sua vaga podem sofrer com o salário congelado ou até reduzido. O problema se agrava porque, mesmo que os preços estejam mais baixos, a falta de dinheiro circulando reduz o poder de compra das famílias.
Ou seja: o custo de vida pode até cair um pouco, mas a renda também diminui e, no fim, tudo fica mais difícil.
Quando a economia desacelera e os preços caem, o governo também sente. A arrecadação de impostos, que depende do consumo, da produção e dos lucros das empresas, diminui. Isso afeta diretamente os cofres públicos.
Com menos dinheiro entrando, o governo tem menos capacidade de manter serviços públicos, como saúde, educação, transporte e segurança, e também reduz os investimentos em obras, programas sociais e infraestrutura.
Além disso, se o governo já estiver endividado, a queda na arrecadação dificulta o pagamento das dívidas e pode comprometer toda a gestão financeira do país.
Outro efeito da deflação é tornar as dívidas mais difíceis de pagar. Isso acontece porque, com os preços em queda e a renda diminuindo, o valor das parcelas das dívidas não muda, apenas continuam iguais. Porém, o dinheiro que sobra no fim do mês passa a valer menos, já que há menos entrada e mais incerteza.
Para quem tem um financiamento ou empréstimo, isso pesa no bolso. As empresas também sofrem, porque precisam honrar seus compromissos financeiros com uma receita menor.
O grande problema da deflação é que ela pode virar um ciclo difícil de quebrar. Quando o consumo diminui, as empresas vendem menos e cortam gastos, o que leva a mais demissões, menos renda nas mãos das pessoas e ainda menos consumo. Com isso, os preços continuam caindo, e todo o ciclo se repete.
Esse círculo vicioso trava o crescimento da economia. A recuperação exige tempo, planejamento e políticas públicas bem definidas para reaquecer o mercado. Sem ação rápida, a deflação pode durar muito tempo e trazer consequências graves, como vimos em crises históricas em vários países.
Enfrentar a deflação exige um esforço conjunto entre governo, Banco Central e setores produtivos. O principal objetivo das ações é reaquecer a economia, incentivando o consumo, a geração de empregos e o crescimento da produção.
Afinal, quando a economia está desaquecida e os preços caem de forma contínua, é sinal de que algo precisa ser feito para movimentar o dinheiro e restaurar a confiança no mercado.
● transferência de renda e programas sociais para garantir consumo básico às famílias de baixa renda, o que ajuda a movimentar o comércio;
Todas essas medidas contribuem para reverter o ciclo negativo da deflação, fazendo com que a economia volte a crescer de forma mais saudável e equilibrada.
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