Dia do Trabalho: como a inadimplência afeta a vida dos trabalhadores
Segundo pesquisa realizada pela Serasa, 65% dos inadimplentes dizem que situação financeira impacta diretamente no trabalho.
Publicado em: 28 de abril de 2023
Autora: Ana Clara Barbosa
Apesar de haver um crescimento nos índices de emprego, o alto nível de inadimplência dos brasileiros ainda é preocupante. De acordo com o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas da Serasa divulgado em março, 70,71 milhões de pessoas enfrentam dificuldades financeiras. O cenário traz uma reflexão importante neste Dia do Trabalho sobre os efeitos que as dificuldades financeiras trazem na vida do trabalhador.
Uma pesquisa realizada pela Serasa mostrou as diferenças nas perspectivas entre brasileiros que negociaram suas dívidas no último Feirão Limpa Nome e aqueles que ainda estão inadimplentes. Com base no estudo, ficou evidente que, 65% dos devedores concordam que sua situação financeira tem um grande impacto na vida profissional.
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Perspectivas sobre o futuro profissional
A pesquisa também procurou descobrir como os consumidores veem seu futuro profissional. Para aqueles que conseguiram renegociar suas dívidas, a palavra "motivação" foi mais usada (38%), enquanto para o grupo de pessoas negativadas, a palavra "superação" foi apontada com maior frequência (39%).
Segundo Patrícia Camillo, gerente e especialista em educação financeira da Serasa, “esses sentimentos são muito simbólicos pois eles mostram que, quando as pessoas têm a oportunidade de quitar suas dívidas, ter respiro financeiro e voltar a ter acesso a crédito, elas se sentem motivadas para sonhar e fazer planos com maior consciência do que antes".
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Efeitos do endividamento na vida profissional
Entre os aspectos que as dificuldades financeiras mais impactaram na vida profissional, está o aumento do estresse no ambiente de trabalho (19%) e a redução de oportunidades de crescimento profissional (17%), os quais foram unânimes entre os dois públicos. Um segundo ponto apontado pelos inadimplentes foi o sentimento de medo constante de perder o emprego (13%).
O estudo também mostra que a informalidade é mais um ponto de preocupação. Mais da metade dos entrevistados disseram que preenchem seus orçamentos com trabalhos informais extra. Isso significa que, além da inflação e do alto desemprego, há uma falta de acesso ao crédito no mercado. É por isso que muitas pessoas não conseguem obter financiamento e precisam recorrer à informalidade para complementar sua renda.
Embora o índice de desemprego continue alto, os brasileiros ainda mantêm uma perspectiva positiva sobre suas carreiras. Ainda de acordo com o estudo, quase metade dos consumidores estão esperançosos e têm melhor visão sobre o mercado de trabalho.
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Objetivos pessoais e profissionais
Quando se trata de objetivos pessoais relacionados à vida profissional, a maioria das pessoas deseja acabar com as dívidas. É especialmente verdadeiro entre os inadimplentes, onde o percentual é de 57%.
Mas para aqueles que fecharam acordos no último Feirão, esse número é de 43%. Alguns outros planos, como comprar um imóvel próprio (31%), investir e empreender (25%) também estão ganhando mais espaço.
Todos esses dados reforçam como a saúde financeira impacta em diversas áreas da vida. Camillo lembra que tanto as empresas quanto os empregadores devem buscar criar ações para auxiliar a vida financeira dos brasileiros. Desenvolvimento pessoal, crescimento individual e produtividade são alguns dos benefícios de uma boa relação com as finanças.
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