Código de Defesa do Consumidor: tudo o que é preciso saber
Código de Defesa do Consumidor: tudo o que é preciso saberData de publicação 26 de novembro de 202510 minutos de leitura
Publicado em: 26 de novembro de 2025
Categoria Educação financeiraTempo de leitura: 8 minutosTexto de: Time Serasa
A nova licença-paternidade está avançando no Congresso e quando sancionada, mudará de forma significativa o direito dos pais trabalhadores no Brasil ao oferecer mais tempo para acompanhar os primeiros dias de vida do bebê ou da criança adotada em casa.
Aprovada na Câmara dos deputados, a proposta que agora está no Senado promove alterações no tempo de licença, na definição dos responsáveis pelo pagamento do benefício e nas regras de proteção do trabalhador que tem direito ao benefício.
Neste guia, reunimos tudo o que é preciso saber, do ponto de vista jurídico e financeiro, para entender o impacto dessa mudança na rotina e no bolso dos trabalhadores. Confira.
A legislação atual prevê apenas cinco dias de licença-paternidade para a maioria dos trabalhadores celetistas. É um período considerado curto por especialistas em saúde, educação e políticas públicas, que destacam que a participação ativa do pai no pós-parto ou na adaptação do novo filho melhora o bem-estar da mãe, fortalece o vínculo familiar e contribui para o desenvolvimento da criança.
A proposta em análise no Senado amplia gradualmente o período da licença para 20 dias e coloca o Brasil mais próximo de modelos adotados por países como Noruega, Finlândia, França e Portugal.
Além de representar um importante avanço nos direitos trabalhistas, a nova lei também promove mudanças sociais e econômicas relevantes ao contribuir para o equilíbrio na atribuição de responsabilidade entre mães e pais nos cuidados com o filho que acabou de chegar.
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em vigor, a licença-paternidade no Brasil atualmente é de cinco dias corridos. No entanto, o período pode ser ampliado para 20 dias corridos para trabalhadores de empresas participantes do Programa Empresa Cidadã.
O Programa Empresa Cidadã é uma iniciativa do governo federal que incentiva empregadores a estenderem os períodos de licença-maternidade e paternidade em troca de benefícios fiscais. Trabalhadores dessas empresas têm direito a 15 dias de licença além dos cinco já estabelecidos pela CLT.
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A proposta de mudança na lei de licença-paternidade aprovada na Câmara dos Deputados tem como objetivo ampliar o tempo do benefício de forma gradual até chegar a 20 dias.
O Projeto de Lei 3935/08 prevê que o período de licença-paternidade seja ampliado da seguinte maneira:
A ampliação do benefício para 20 dias no quarto ano da nova legislação, no entanto, depende do cumprimento de regras fiscais pelo Governo Federal no segundo ano em que a lei estiver valendo. Caso isso não aconteça, o período de 20 dias só será implementado a partir do segundo exercício financeiro seguinte àquele em que a meta tiver sido cumprida.
O projeto de lei propõe, ainda:
A Câmara dos Deputados aprovou a proposta para ampliação da licença-paternidade em 04 de novembro de 2025 e agora ela está sob análise do Senado, onde ainda não há previsão de data para a votação.
Se aprovada no Senado, a nova lei segue para sanção do presidente da república e só depois desse procedimento passa a valer.
Nesse momento de expectativa por alterações na licença-paternidade, o pagamento durante o período de afastamento do trabalho é um dos pontos que mais gera dúvidas. A proposta em tramitação prevê a manutenção do salário integral para empregados celetistas e regras específicas para outros trabalhadores, como empregados de MEIs e trabalhadores avulsos.
Trabalhadores CLT, assim como já ocorre na legislação atual, pela nova lei continuam a receber remuneração integral durante todo o período da licença, seja ela de 10, 15 ou 20 dias. Nesses casos, não há desconto, redução de salário ou qualquer tipo de penalidade financeira para o empregado.
Pelo projeto aprovado na Câmara, o INSS será responsável por arcar com os custos do período adicional de licença-paternidade, dessa forma, a mudança não representa custo extra para os empregadores.
Com a ampliação do período de licença, as empresas, que hoje são responsáveis por todo o pagamento do período de cinco dias, pagarão o salário integralmente e poderão compensar o valor dos dias a mais com descontos em tributos.
Para trabalhadores não celetistas com direito à nova licença-paternidade, a remuneração será paga diretamente pelo INSS e seguirá as regras abaixo:
Com a ampliação da licença-paternidade em discussão, também cresce a preocupação dos trabalhadores sobre como agir se a empresa se recusar a conceder o benefício. A legislação atual já garante direitos mínimos, mas o projeto aprovado pela Câmara amplia proteções e cria regras mais claras para evitar recusas indevidas ou retaliações.
Saber como agir e quais documentos reunir é essencial para assegurar o benefício e evitar prejuízos trabalhistas.
O projeto em aprovação traz proteções importantes para fortalecer o direito do pai de exercer a licença sem risco profissional:
As etapas para a solicitação da licença-paternidade são a seguintes:
Informe por escrito ao empregador a intenção de tirar a licença e a data prevista do nascimento ou da adoção.
Entregue à empresa a Certidão de Nascimento ou o Termo Adoção/ Termo de Guarda e Responsabilidade.
Guarde e-mails, mensagens e protocolos gerados durante a solicitação da licença.
Em caso de recusa do empregador em conceder a licença-paternidade, busque ajuda do sindicato ou de um advogado trabalhista.
Se houver demissão no período de estabilidade, procure auxílio judicial para realizar o pedido de indenização.
A ampliação da licença-paternidade não envolve apenas dias a mais em casa. Ela traz também impactos positivos para a organização e o orçamento familiar.
Dentre os benefícios para o orçamento familiar promovidos pela ampliação na licença para pais estão.
A presença ativa do pai melhora o bem-estar de toda a família e favorece decisões financeiras mais conscientes para o futuro.
Mesmo para quem recebe o salário integral durante a licença-paternidade, a organização financeira é essencial para aproveitar o benefício da melhor forma e dedicar o maior tempo possível à convivência com a criança. Ações que ajudam a manter as finanças em dia são:
Revisar o orçamento familiar: use uma planilha de controle financeiro ou um aplicativo para centralizar todas as receitas e gastos da família. Isso permitirá ter uma visão mais clara da situação da família.
Mapear novos gastos: liste todas as despesas ocasionadas pela chegada do novo membro, como gastos com fraldas, alimentação, babá, cuidados médicos, escola... Assim será possível saber se é preciso fazer algum ajuste ou incrementar a renda para garantir o pagamento de todas as contas.
Ter uma reserva de emergência: a reserva de emergência é essencial para garantir estabilidade financeira mesmo em meio a imprevistos. Guarde um valor mensal para formar uma poupança que cubra de três a seis meses de despesas familiares.
A ampliação da licença-paternidade é um passo significativo para o equilíbrio entre trabalho e vida familiar. Ainda em discussão no Senado, o projeto reflete um movimento global por maior envolvimento dos pais na criação dos filhos e por um ambiente de trabalho mais saudável.
Enquanto a lei não entra em vigor, acompanhar as atualizações é fundamental para garantir seus direitos e se planejar financeiramente para as mudanças.
Quando a nova licença-paternidade passar a valer, será uma oportunidade não só de exercer um direito trabalhista, mas de fortalecer vínculos, reorganizar prioridades e construir uma base financeira mais sólida para toda a família.
A discussão sobre a nova licença-paternidade ajuda a perceber como as mudanças na legislação impactam não apenas os direitos trabalhistas, mas também a organização financeira das famílias.
O Serasa Ensina oferece conteúdos claros, atualizados e práticos para ajudar você a tomar decisões seguras em momentos importantes da vida, como a chegada de um filho, mudanças no trabalho ou ajuste no orçamento.
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