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Títulos públicos: investimento por empréstimo ao Governo Federal

Pensando em renda extra? Conheça os títulos públicos e como funciona esse tipo de investimento em renda fixa direto do Tesouro Nacional.

Foto de um cifrão e um gráfico para ilustrar títulos públicos

Publicado em: 06 de setembro de 2022.

Com uma crise financeira no país, a população brasileira vem buscando formas alternativas de fazer o dinheiro render. Entre as mais populares estão os títulos públicos, uma forma de “emprestar” dinheiro ao governo em troca de rentabilidade.

Será que esse investimento faz sentido para a sua vida financeira? Quer entender como investir nesse tipo de renda? Então venha conhecer os títulos públicos, sua rentabilidade e como investir nesse tipo de aplicação.


O que são títulos públicos?

Imagine que exista uma forma de “emprestar” dinheiro ao governo e receber uma rentabilidade em troca. É basicamente assim que funcionam os títulos públicos. Porém, diferentemente de uma aplicação em CDB – em que estamos “emprestando” dinheiro ao banco, que na maioria das vezes é uma instituição privada –, os títulos públicos pertencem à esfera federal.

Nos últimos anos, o governo federal vem incentivando as aplicações nesse tipo de ativo para pessoas físicas. Esse incentivo veio por meio de ações como redução no valor mínimo necessário para aplicações, aumento no valor máximo de compra e criação da opção por investimentos programados.

Atualmente é possível comprar uma fração de um título com menos de R$100, com remuneração indexada à inflação. O mínimo para aquisição de um título público é de 10% do valor do ativo. Isso varia de acordo com a escolha da taxa de juros (que pode ser pré ou pós-fixada) e conforme o vencimento, de no máximo R$1.000.000 por mês.

Aqui no Brasil, quem administra, planeja e emite os títulos públicos é a Secretaria do Tesouro Nacional, pertencente ao Ministério da Fazenda. Em 2002, o governo lançou o programa Tesouro Direto, um sistema que permite a venda desses títulos a cidadãos, com objetivo de incentivar a formação de poupança.

A partir daí, os títulos começaram a ser amplamente divulgados e utilizados pelos investidores brasileiros. Se você se interessou, conheça os principais tipos de títulos públicos disponíveis.


Quais os tipos de títulos públicos?

Os títulos públicos são formas de “emprestar” dinheiro ao governo federal. Basicamente existem três tipos de títulos: prefixados, tesouro Selic e IPCA.


Títulos prefixados

Os títulos públicos prefixados são baseados em uma taxa predefinida na hora de realizar a compra. Portanto, compradores e investidores já sabem qual será a porcentagem que a aplicação renderá ao longo do tempo e consegue calcular quanto receberá no vencimento. Existem dois tipos:

● o título prefixado, em que o valor pago só acontece no vencimento;

● e os títulos de juros semestrais, em que os juros são pagos a cada semestre e o valor investido é pago no vencimento.


Tesouro Selic

O Tesouro Selic é a opção mais popular quando se trata de investimento em títulos públicos. Afinal, funciona bem para quem está começando e busca um investimento melhor que a poupança. O rendimento do tesouro Selic se baseia em 100% da taxa Selic do momento, descrito como pós-fixado.

Esse investimento também tem alta liquidez, visto que é possível resgatar o dinheiro antes do vencimento, e assim não precisar pagar o imposto. Na plataforma do Tesouro Direto, ele é encontrado pela sigla LFT.


Tesouro IPCA

Há ainda o tesouro IPCA. Esse investimento se difere dos demais por acompanhar a inflação – no caso o índice IPCA –, além de ter uma porcentagem fixa. Portanto, seu ganho é geralmente atrelado ao valor da inflação do momento, mais a taxa.

Por isso é conhecido como pós-fixado. É muito comum encontrarmos, por exemplo, títulos descritos como IPCA +3%. Esse tipo de rendimento é ideal para quem busca retorno de longo prazo.

Em contrapartida, é necessário deixar a quantia até o vencimento. Se fizer o resgate antes, o investidor pode se prejudicar devido às variações do momento. Assim como o Tesouro Prefixado, o IPCA também é dividido em dois. Vamos conhecê-los.

● IPCA único paga os rendimentos no final do vencimento;

● IPCA semestral paga a cada seis meses até o vencimento, oferecendo juros semestrais.


Como investir em título público?

Um dos principais motivos da alta disseminação dos títulos públicos é a facilidade de investimento financeiro. É possível realizar a compra pela internet, no site do Tesouro Direto, ou por meio de corretoras de valores. Basta escolher uma boa instituição, que ofereça preços justos e segurança na hora do atendimento.

Para isso, são necessários documentos simples, como CPF e RG. Na maioria das corretoras, é possível fazer esse processo totalmente online. Basta selecionar o tipo de título, definir o valor do investimento e efetuar a compra.


Quais os custos e taxas desse investimento?

Como qualquer tipo de investimento, os títulos públicos também têm custos e taxas a serem pagas pelo investidor. Vamos conhecer os três principais impostos cobrados.

Taxas de administração

As taxas administrativas são cobradas pela corretora de valores para cobrir custos como cadastro, intermediação de títulos e transferência de valor. Essa cobrança não é obrigatória e geralmente varia de corretora para corretora. Existem, inclusive, corretoras que isentam os clientes dessa taxa.

IOF

O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não é cobrado sempre. Apenas se uma aplicação durar menos de 30 dias. Essa tributação é regressiva e as alíquotas iniciam em 96% e vão caindo até 3% em 29 dias de aplicação. Depois disso, não é mais necessário pagar o IOF.

Taxa de custódia

Já a taxa de custódia é o valor percentual cobrado pela BM&F Bovespa e custeia a proteção e movimentação dos títulos comprados por um investidor. Essa taxa é de 0,20% ao ano, é fixa e obrigatória para todos os títulos emitidos pelo Tesouro Direto.

Imposto de renda

Assim como qualquer outro investimento de renda fixa, o imposto de renda cobrado em cima do Tesouro Direto é regressivo. Confira as alíquotas na tabela abaixo.

Conheça as vantagens dos títulos públicos

Já comentamos aqui que os investimentos em renda fixa são ótimos para quem busca resultados a longo prazo. Isso principalmente devido aos juros recessivos. Vamos conhecer alguns dos principais benefícios de investir em títulos públicos.

Segurança

Se você busca baixo risco nos seus investimentos, o Tesouro Direto é o ideal, afinal é considerado um dos menos arriscados do mercado. Isso se deve ao fato de que os títulos públicos federais são garantidos pelo Tesouro Nacional. Assim, o Governo Federal assegura o pagamento.

Liquidez

A liquidez é um dos fatores mais atraentes no investimento em títulos públicos. Ela permite que os investimentos sejam resgatados a qualquer momento. Por meio de um sistema de recompra diária, o Tesouro Nacional permite liquidez a quem investe nos preços de mercado, se realizar o resgate em até um dia útil.

Portanto, se for necessário resgatar antecipadamente o seu dinheiro, você tem o direito a essa solicitação. Evidentemente, essa é uma decisão que precisa ser bem pensada, afinal existe o risco da rentabilidade paga ser bem menor do que a prevista quando o título foi adquirido.

Acessibilidade

É possível investir em títulos públicos a partir de apenas R$30,00. Isso torna o Tesouro Direto uma das aplicações mais rentáveis e acessíveis do mercado de investimentos. Além disso, é possível investir 100% online, por meio de plataformas virtuais das corretoras. Esse processo torna o investimento mais fácil, rápido e descomplicado.

Evidentemente, antes de iniciar qualquer investimento é necessário olhar para o seu bolso e entender como está o seu planejamento financeiro e se um investimento é uma boa ideia.


Vale a pena investir em um fundo de investimento?

Ficou em dúvida se investir em renda fixa faz sentido para você? Ou ainda não sabe qual tipo de investimento se adequa melhor a sua realidade financeira? Então conheça tudo sobre fundos de investimento e como essa modalidade pode mudar a sua inteligência financeira.