Juros rotativo ou crédito rotativo: entenda o que é e como funciona
Entenda o que é juros rotativo, por que ele pode prejudicar o seu orçamento e o que você deve fazer para não cair nessa armadilha financeira.
Publicado em: 23 de novembro de 2021.
Você já deve ter ouvido falar sobre a importância de usar o cartão de crédito com cautela. E não é para menos: se não pagar as faturas em dia, você pode entrar no crédito rotativo (e no juros rotativo), que transforma qualquer dívida em uma bola de neve. Mas por que é tão importante entender sobre esse assunto?
Hoje, o juros rotativo ou crédito rotativo representa a modalidade de crédito com uma das taxas mais altas do mercado — em média, 335,8% ao ano, de acordo com o Banco Central. Para comparação, a média registrada para os empréstimos pessoais é de 41,3% ao ano (setembro/2021).
Entender o que é juros de crédito rotativo, como funciona e as consequências do seu uso para o orçamento é uma forma de aprender a organizar as contas e fugir dessa modalidade de crédito cara. Quer aprender mais sobre o assunto? Continue a leitura!
O que é juros rotativo? E o que é crédito rotativo?
Na prática, o crédito disponível no seu cartão de crédito (ou o seu “limite”) nada mais é do que um empréstimo oferecido pelo banco ou instituição financeira. Ao longo do mês, você pode usar esse valor para fazer compras à vontade, mas ele deve ser pago até a data de vencimento da fatura.
Se por algum motivo você não conseguir pagar o valor total da fatura, o banco pode te oferecer mais uma “oportunidade”. Ele passa esse débito para a fatura do mês seguinte e cobra juros rotativo sobre este valor. A operação é chamada de crédito rotativo.
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Qual é o valor do juros rotativo?
O juros rotativo varia mensalmente, mas sempre continua entre os mais altos do mercado: segundo o Banco Central, em setembro deste ano, a média dos juros do rotativo era de 335,8% ao ano.
E como funciona o crédito rotativo?
Em abril de 2017, o Banco Central estabeleceu novas regras para os juros de crédito rotativo. Vamos explicar como era e o que mudou.
Até esse período, os bancos e instituições financeiras tinham autorização para oferecer cartão de crédito rotativo de maneira ilimitada. Então, as pessoas entravam no rotativo do cartão e muitas vezes também não conseguiam pagar a fatura do mês seguinte, já que, com os juros altos, a dívida crescia de maneira desenfreada.
Nessa dinâmica, muita gente estava se endividando e o governo mudou as regras. De lá para cá, os clientes ainda podem usar o crédito rotativo, mas só por 30 dias.
Se ele não conseguir pagar o valor total da fatura do mês seguinte, que inclui o crédito rotativo, a instituição financeira deve passar essa dívida para alguma opção mais vantajosa ao cliente – como o crédito parcelado e outras modalidades de empréstimo pessoal que têm juros menores.
Como funciona o parcelamento do cartão de crédito rotativo?
Normalmente, as instituições financeiras informam no contrato que podem parcelar automaticamente o saldo do crédito rotativo, mas com juros menores do que os do cartão de crédito rotativo.
No entanto, se você não concordar com essa condição, pode pedir o cancelamento das cláusulas do contrato referentes a parcelamentos automáticos. Por isso, antes de abrir uma conta ou contratar qualquer serviço financeiro, fique atento aos contratos para conhecer os seus direitos.
Outro ponto importante é que a instituição financeira deve incluir tudo de forma clara e detalhada na fatura do cartão: o valor da parcela original, os juros cobrados e qualquer outra informação relevante para que o cliente saiba o que está pagando.
De acordo com o Banco Central, ao cair no juros rotativo, o cliente pode aceitar as opções de empréstimo oferecidas pela instituição ou negociar as condições com a empresa, se preferir. Vale lembrar que os bancos não são obrigados a parcelar o saldo do cartão de crédito rotativo, mas precisam oferecer condições de pagamento melhores que as do crédito rotativo – incluindo juros mais baixos.
Não paguei o crédito rotativo. O que pode acontecer?
Se o cliente entrar no crédito rotativo, não conseguir pagar a dívida no fechamento da fatura seguinte e não aceitar nenhuma outra forma de parcelamento do valor devido, ficará inadimplente – o que, entre outras consequências, dificulta o seu acesso a outras modalidades de crédito enquanto a dívida não for negociada.
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Como fugir do juros rotativo?
Para não cair no crédito rotativo, é fundamental manter o controle sobre suas finanças.
Um dos grandes problemas do cartão de crédito começa quando o usuário confunde limite disponível com saldo em conta. Lembre-se sempre que o valor liberado no cartão para você é uma espécie de empréstimo e não reflete necessariamente a sua possibilidade de pagamento. Por isso, em vez de considerar o valor do limite disponível, avalie sua receita e despesas para saber quanto você realmente pode gastar por mês com o cartão de crédito.
Outro cuidado importante é encarar o cartão como um meio de pagamento, e não como uma despesa qualquer. Vamos explicar melhor.
Muita gente tenta registrar os gastos para controlar o orçamento e coloca o valor da fatura do cartão de crédito no meio de despesas como água, luz, telefone e aluguel. Se você anota apenas que gastou R$ 500,00 de cartão de crédito, por exemplo, não consegue visualizar as categorias de compras que realmente estão por trás deste número.
Ao destrinchar esse valor e olhar para a fatura com mais cuidado, você possivelmente vai enxergar oportunidades de redução de custos e ajustar as contas aos seus ganhos para não cair no juros rotativo.
Por fim, mais uma dica: grande parte das instituições financeiras já oferece a possibilidade de reduzir o limite do seu cartão de crédito online. Esse recurso pode ser interessante para quem precisa de uma ajuda extra para controlar os gastos.
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