Computador quântico: conheça a promessa de mais segurança na internet
É possível projetar uma nova era para a segurança digital? Conheça o computador quântico e como ele pode revolucionar o mundo online.
Publicado em: 05 de setembro de 2022
Um mundo sem golpes e fraudes digitais será um dia possível? Pode parecer difícil de acreditar, mas a tecnologia aliada à segurança digital avança com rapidez, semelhante aos filmes de ficção científica. O computador quântico é um exemplo, projetado como um aliado da proteção de dados, capaz de revolucionar a criptografia.
Vamos conhecer um pouco sobre o computador quântico e como ele pode alterar a realidade virtual.
O que é um computador quântico
O computador quântico é um sistema capaz de processar informações em velocidade inimaginável. Cálculos complexos que antes poderiam levar até milhões (bilhões e trilhões) de anos (portanto nem ser realizados) passam a ser executados em minutos.
Reportagem da Revista Galileu revelou que duas equipes de cientistas chineses anunciaram em 2021 a construção do computador quântico mais rápido do mundo. A ferramenta, segundo seus responsáveis, calculou em milissegundo operações que levariam inacreditáveis 30 trilhões de anos em um computador comum. Os resultados foram publicados na Physical Review Letters.
A computação quântica é simplesmente revolucionária. Não é à toa que gigantes mundiais como IBM, Google, Microsoft e Intel estão investindo pesado no desenvolvimento dessas máquinas. Ainda não é uma realidade cotidiana, mas com a aceleração do desenvolvimento tecnológico não deve demorar.
Como funciona o sistema quântico
Para explicar o sistema quântico, precisamos compará-lo ao computador convencional. No convencional, os dados são trabalhados com base em números binários – 0 ou 1. No quântico, utiliza a lógica dos qubits, ou bits quânticos. Eles podem assumir 0, 1 ou os dois ao mesmo tempo.
Essa variação aparentemente insignificante tem forte impacto tecnológico, principalmente em cálculos mais pesados e complexos. Portanto, se um bit pode ter dois valores diferentes ao mesmo tempo, a máquina ganha tempo na hora de processar tarefas muito rigorosas.
É justamente essa característica que põe os computadores quânticos bem à frente dos convencionais. Isso os posiciona como máquinas perfeitas para problemas teóricos de matemática ou física. Graças à física quântica, essas máquinas ampliam as possibilidades de resposta, pois são capazes de trabalhar com a probabilidade.
Por serem limitados ao sistema binário, os computadores convencionais são menos elaborados e realizam tarefas mais simples. Em contrapartida, os quânticos podem executar tarefas muito mais complexas, visto que operam com dois valores distintos de uma só vez. Isso impacta diretamente o tempo de processamento e a complexidade da tarefa que ele deve executar.
Para que serve um computador quântico
O computador quântico é uma máquina especializada em resolver problemas complexos. Um deles é a criptografia. Essa codificação de dados também é utilizada nos computadores convencionais, mas pode ser decifrada com os quânticos.
Soa assustador, não é mesmo?
Afinal, esse avanço significaria um aumento na vulnerabilidade das informações armazenadas em nuvem e criptografadas da maneira convencional. Porém, a ciência busca utilizar essa ferramenta para o contrário: aumentar e melhorar a cibersegurança.
Também é estudada a utilização dos sistemas quânticos no desenvolvimento de Inteligência Artificial (IA). Isso porque, assim como o computador quântico, a IA se baseia no aprendizado por experiência, lidando com diferentes possibilidades de escolha.
Os computadores quânticos ainda não estão ao alcance de todos. Estão em fase de desenvolvimento e estima-se que permaneçam assim por mais algum tempo.
Falando em segurança, vamos entender agora como essas supermáquinas prometem repercutir no mundo digital que conhecemos.
Como impacta a segurança digital
Os computadores quânticos poderiam destruir tudo o que existe em criptografia. Se utilizado para o mal, seria impossível realizar qualquer tipo de transação online com segurança. Pagamentos (inclusive por aproximação), cadastros em sites, arquivos. Tudo isso e muito mais seria impactado por falhas na segurança digital.
Afinal, como sabemos, as transações via cartão, bancos de dados, senhas e demais informações sigilosas são criptografadas. O caos seria imenso e a quantidade de fraudes com dados pessoais seria inédita.
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Porém, é justamente para o contrário que a ciência vem investindo nessa ferramenta. O objetivo é ampliar a cibersegurança e garantir a não exposição dessas informações. Chris Hockings, CTO da IBM Security na Austrália e Nova Zelândia, explica que com o Machine Learning seria possível detectar irregularidades de comportamento. Assim, ameaças poderiam ser previstas e prevenidas.
De acordo com o Financial Times, essa segurança quântica chega junto com a Era 5G e Internet das Coisas. Essas tecnologias também propõem uma revolução na nossa rotina e exigem os mais altos padrões de segurança.
Conheça a autoridade nacional de proteção de dados
Importante ressaltar que a computação quântica ainda não é acessível. Os principais players globais estão investindo na tecnologia, mas se trata de um investimento a longo prazo. Porém, não é por falta do computador quântico e resolução de grandes enigmas matemáticos que vivemos propensos a golpes. Ao contrário.
No Brasil, e em diversos outros países como Canadá, Suíça e Japão, existem leis de proteção de dados. Aqui, a chamada Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) afeta praticamente todos os setores e serviços, de redes sociais a compras na internet. Independentemente do porte, as empresas também devem estar sempre atentas. Isso inclui comércios, serviços e hospitais. Quaisquer tipos de negócios que lidem com dados pessoais precisam enquadrar-se nessa regulamentação.
A LGPD
A Lei Geral de Proteção de Dados entrou em vigor no Brasil em agosto de 2020 e recriou os cenários de segurança pública. Novos padrões e normas técnicas foram desenvolvidos para proteger as informações dos cidadãos. A lei define como os dados pessoais devem ser tratados, principalmente os mais sensíveis e os de crianças e adolescentes. E isso vale tanto para meios digitais quanto para físicos.
Para fiscalizar a implementação da legislação, receber denúncias e regular a norma foi criada a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
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