Dia das Crianças 2025: um guia para falar sobre finanças
Dia das Crianças 2025: um guia para falar sobre finançasData de publicação 7 de outubro de 202512 minutos de leitura
Publicado em: 9 de outubro de 2025
Categoria Educação financeiraTempo de leitura: 15 minutosTexto de: Time Serasa
Você já observou que a relação dos seus filhos com dinheiro é diferente da que você tinha quando era criança?
Cada vez mais, os pais recorrem às transferências digitais, fazendo Pix para crianças e adolescentes, introduzindo-os no uso das finanças digitais. Para exemplificar, confira dados da pesquisa inédita de Dia das Crianças da Serasa:
Esse cenário também acarreta preocupações importantes:
Neste artigo, entenda como inserir as crianças no universo financeiro de forma saudável, como estabelecer limites, garantir a segurança digital e transformar o Pix ou a mesada digital em uma oportunidade educativa.
Fonte: dados da pesquisa “Dia da Crianças”, realizada pela Serasa em parceria com a Opinion Box em setembro de 2025, com 1.112 pais entrevistados.
Educar financeiramente uma criança tornou-se uma necessidade, pois a tecnologia transformou a relação dos adultos, das crianças e dos adolescentes com o dinheiro.
Com a popularização e o acesso facilitado a smartphones e à internet, ferramentas como Pix, contas digitais e cartões começam a fazer parte do cotidiano dos filhos de forma muito rápida.
Assim, é necessário ensinar não apenas sobre o valor do dinheiro, como também sobre segurança digital, limites e responsabilidade no uso dos recursos.
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O termo “Pix para crianças” se refere ao fato de os pais permitirem que menores de idade tenham acesso a contas digitais para que possam realizar pagamentos instantaneamente.
Alguns bancos e fintechs oferecem contas júnior ou kids vinculadas à conta de um responsável legal, que pode observar as informações das movimentações realizadas e estabelecer limites.
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O Banco Central não define uma idade mínima para que se possa ter Pix. Os bancos e as instituições financeiras definem essa regra de acordo com suas políticas internas.
A seguir, apresentamos exemplos de bancos que permitem a abertura de conta para menores e as respectivas faixas etárias:
Banco ou instituição | Faixa etária |
---|---|
BB Cash (Banco do Brasil) | De 8 a 17 anos |
C6 Yellow (C6 Bank) | Para menores de 17 anos e 6 meses |
Conta Kids (Inter) | Até 12 anos |
Inter You (Inter) | De 13 a 17 anos |
Nubank | De 6 a 17 anos |
Em todos os casos listados acima, o responsável legal deve ter uma conta na instituição financeira para iniciar o processo de abertura da conta digital da criança.
O Pix é um meio de transferência instantânea de valores entre contas bancárias ou digitais autorizadas pelo Banco Central.
A mesada digital é definida como um pagamento periódico realizado pelos pais ou responsáveis, que pode ser realizada via Pix ou através de cartões pré-pagos.
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Ensinar noções de valor e limite de consumo
Para que o Pix e a mesada digital funcionem como ferramentas educativas, é importante utilizá-los para demonstrar o valor do dinheiro e educar sobre decisões de compra.
● Valor do dinheiro: ao invés de apenas dar o dinheiro, associe a mesada a tarefas ou metas concluídas (dentro do razoável para a idade). Isso ensina que o dinheiro é uma recompensa por esforço ou tempo.
● Decisões de compra: quando a criança desejar algo, peça que ela verifique o saldo. Se o valor for insuficiente, ela deve priorizar o que é mais importante
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Uma das técnicas mais eficazes para estimular hábitos saudáveis de gestão do dinheiro é dividir a mesada em categorias com propósitos claros. Uma sugestão de divisão é a seguinte:
●Gasto imediato: para despesas diárias e pequenos desejos. Auxilia no desenvolvimento da gestão de recursos no dia a dia.
●Para guardar: reservar uma parte para metas de médio a longo prazo ou emergências.
●Para doar: uma pequena parte pode ser destinada à caridade.
A distribuição de valores entre as categorias pode variar conforme a idade da criança ou as condições da família. Uma sugestão é de 50% a 60% para os gastos imediatos, de 30% a 40% para guardar e de 5% a 10% para doações.
A categoria “para guardar” é uma ótima oportunidade para que a criança aprenda sobre paciência e o ato de poupar para adquirir algo mais caro. Se a conta digital permitir, crie cofrinhos com os nomes das metas.
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Embora haja vantagens significativas, há também riscos associados ao uso do Pix e das contas digitais por crianças.
Por isso, a introdução das finanças digitais na rotina dos filhos deve ser acompanhada da conscientização sobre os perigos mais comuns, como:
Para proteger seus filhos, pais e responsáveis devem ensinar práticas concretas de segurança digital. As recomendações indicadas são:
Estabelecer limites ajuda a criança a desenvolver responsabilidade, autocontrole e entender que o dinheiro não é infinito. Dicas práticas que podem ajudar:
Não existe uma regra fixa para quando iniciar a mesada ou quanto dar. A decisão sobre a quantia deve levar em consideração a maturidade da criança, a realidade financeira da família e o propósito educativo. Observe o quadro com exemplos:
Faixa etária | Foco | Melhor formato | Valor |
---|---|---|---|
De 6 a 10 anos | Compreender a noção de troca e espera. | Dinheiro físico, pois facilita a visualização da perda ou ganho. | De R$ 6 a R$ 10 por semana para realizar pequenos desejos. |
De 11 a 13 anos | Aprender a gerenciar um saldo, estabelecer metas de poupança e priorizar suas vontades. | Mesada paga via Pix para uma conta digital monitorada pelos pais. | De R$ 40 a R$ 170 mensais para lanches na escola e pequenos hobbies. |
De 14 a 17 anos | Assumir mais responsabilidades financeiras. | Conta digital monitorada pelos pais. | De R$ 40 a R$ 170 mensais para lanches na escola e pequenos hobbies. |
Importante: os valores apresentados são exemplos e podem variar conforme o orçamento da família.
O ideal é que o valor dado à criança ou ao adolescente seja moderado para estimular escolhas, como poupar e priorizar um gasto em relação ao outro.
Formato | Prós | Contras |
---|---|---|
Dinheiro em espécie | Ajuda na melhor visualização do que se tem. Não depende da internet e nem apresenta riscos para a segurança digital. | Fácil de perder ou gastar impulsivamente. Pode haver dificuldade em revisar ou registrar os gastos. |
Pix | Transferência instantânea e digital. Boa forma de ensinar sobre pagamentos eletrônicos. O responsável pode acompanhar as transações e definir limites de valor. | Requer conexão com a internet e de um smartphone. Há risco de uso impulsivo sem supervisão. É necessário ensinar cuidados de segurança digital para evitar golpes. |
Cartão pré-pago ou digital | Permite acompanhamento dos responsáveis pela notificação e a definição de limites. Sem risco de dívidas, pois se gasta o valor da recarga ou o saldo disponível na conta. Se o cartão for perdido ou roubado, pode ser bloqueado. O cartão físico funciona em pagamentos online e presenciais. | Pode gerar uma falsa impressão de crédito se não for bem explicado. Existe risco de uso impulsivo sem supervisão. Nem todos os estabelecimentos aceitam cartões pré-pagos. |
Explique o valor do dinheiro de forma simples
Ensine que o dinheiro não aparece como mágica, pois é preciso energia e tempo para obtê-lo. Associe o custo de um item ao tempo que você precisa trabalhar para conseguir aquele valor.
Use a mesada como ferramenta de aprendizado
Ao fornecer a mesada, combine regras claras, frequência certa e responsabilidades. Enfatize que a mesada não é um presente ou apenas uma quantia para gastar, mas sim uma ferramenta para praticar o planejamento financeiro.
Ensine a criança a anotar gastos
O registro de gastos contribui na educação financeira infantil, pois ensina as crianças a visualizar o destino do dinheiro.
Anotar num caderno ou em um aplicativo de controle financeiro auxilia na percepção dos padrões de consumo e ajuda no diálogo com os adultos.
Incentive metas e poupança para objetivos maiores
Estimule a criança a definir algo que queira muito (como um brinquedo, jogo ou passeio) e ajude-a a calcular quanto tempo será necessário para juntar o dinheiro. Isso reforça a paciência e o planejamento.
Estimule doações e solidariedade
Reservar uma parte da mesada para doações ensina valores de empatia e mostra que o dinheiro não serve apenas para consumo próprio, reforçando seu impacto social.
Relacione educação financeira ao tempo de tela e consumo digital
Com tanta publicidade, aplicativos de compras, jogos que cobram dinheiro por itens e anúncios, as crianças e adolescentes podem se sentir superestimados.
É importante explicar por que sentimos vontade de comprar algo após assistir a vídeos nas redes sociais, e estabelecer limites no uso de aplicativo
Seja um exemplo
Mostre que você também tem objetivos financeiros, que guarda dinheiro e planeja suas compras. A transparência financeira é uma boa ferramenta educativa, desde que adequada à idade da criança.
Leia mais | Educação financeira para os filhos: como começar
Quando bem orientado, o uso da mesada ajuda a formar hábitos saudáveis, consciência do valor do dinheiro e controle sobre desejos impulsivos.
No entanto, esse processo exige supervisão, ensino sobre segurança digital, diálogo constante e exemplo dos próprios pais e responsáveis.
Para manter a organização financeira familiar e garantir que a mesada dos filhos não pese no bolso, conte com as ferramentas da Serasa que auxiliam na manutenção da segurança financeira.
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