10 passos para atingir sua tranquilidade financeira

Para alcançar a tranquilidade financeira, é preciso mudar hábitos. Entenda em dez passos como adotar boas práticas e comece já.

Escada de moedas representando os 10 passos para atingir sua tranquilidade financeira

Colunista marlise brenol
Publicado em: 09 de fevereiro de 2022.

Conta bancária no vermelho, cartão somando juros e boletos a pagar: essa combinação é um pesadelo para qualquer consumidor. O quadro gera preocupação e insônia e muitas vezes até prejudica a saúde do indivíduo. Mas a boa notícia é que é possível escapar dessa realidade e atingir a sua tranquilidade financeira. Entenda como começar.

Tranquilidade financeira é um desafio de muitos

Saiba que se você se encontra na fase do pesadelo nas finanças, não está sozinho. Uma pesquisa da Serasa apontou que o número de inadimplentes no Brasil atingiu 63,4 milhões, o maior índice registrado desde julho de 2020, quando eram 63,5 milhões. As dívidas mais comuns são referentes ao cartão de crédito, contas de luz, água e telefone e compras no varejo.

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Ou seja, quando o orçamento do mês sai de controle, o endividamento pode afetar não apenas os custos variáveis, como não ter dinheiro para pagar as parcelas de um produto adquirido, mas também os custos fixos essenciais, como a conta de luz e água da sua residência. O antídoto atende pelo nome de tranquilidade financeira.

Sabemos que não é fácil conquistar a disciplina e o autocontrole necessários para transformar hábitos de consumo. Há muitos estímulos e compromissos sociais que nos induzem à compra por impulso ou ao consumo social de itens supérfluos. “É só um cafezinho com um doce”, dirá o diabinho ao pé do ouvido, mas no final do mês isso pode significar a diferença entre o saldo positivo ou negativo da sua conta.

A mudança passa pelos pequenos detalhes no nosso comportamento de consumo. Muitas vezes o problema não está no financiamento do imóvel ou na compra de bens duráveis, eletrodomésticos e outros itens do lar, mas sim nas escapadelas do cotidiano. A tomada de consciência é a primeira etapa e se você chegou até aqui um passo já foi dado.

10 passos para a sua tranquilidade financeira

Você pode encontrar a motivação para começar em um marco temporal como a virada de ano ou a proximidade do seu aniversário. O estímulo também pode vir de um acontecimento importante na vida como casamento ou filhos. Ou a decisão pode surgir simplesmente da vontade de mudar hábitos e conquistar uma vida financeira saudável.

Independentemente da sua fonte de inspiração, saiba que a conquista da tranquilidade financeira vai depender unicamente de você e sua família. Então, esteja atento para as suas atitudes e siga estes passos elaborados por esta autora, a partir da entrevista com a professora do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Wendy Haddad Carraro, e também coordenadora do Programa de Extensão Educação Financeira para todos e para toda vida:

1) Reserve um espaço para organização financeira

O espaço deve ser medido pelo tempo e pelo lugar de anotações. Pode ser um caderno, um bloco de notas digital ou um aplicativo de educação financeira. O lugar não importa tanto, mas o tempo sim. A educação financeira requer tempo de dedicação e atenção para observar o que você faz com o seu dinheiro na vida cotidiana, anotar e analisar.

2) Anote todos os gastos em uma lista corrida

Comece com a meta de uma semana de anotações. Estabeleça a data de início e siga por sete dias, sem pausa. Abra o diário do dia 1 e anote todos os gastos daquele dia. Anote o cafezinho, as compras do supermercado, a manicure, o restaurante, o happy hour, a passagem de ônibus, o pagamento de serviços, a aula de ginástica, boletos e contas a pagar. Todos os custos do dia. Se for um custo mensal, como a mensalidade da academia, divida o valor total pelo número de dias e terá o valor unitário. Verifique também as contas debitadas direto no seu extrato bancário. Anote gasto por gasto. Repita na semana seguinte até fechar um mês.

3) Divida por categorias de gasto

Ao final do sétimo dia você terá fechado uma semana de anotações financeiras. Este será o seu ponto de partida para o autoconhecimento sobre os hábitos de consumo. Olhe para os sete dias e enxergue padrões de gastos para serem agrupados por categorias. A divisão pode ser: supermercado, viagem, lojas, serviços, restaurante, transporte, educação, saúde e outros. Repita nas semanas seguintes.

4) Analise as categorias por frequência e valor total

Ao enxergar as categorias e destacar subcategorias, você começa a tomar as rédeas dos seus hábitos de consumo. Na compra de supermercado, por exemplo, perceba o quanto você gasta em chocolates, bebidas alcoólicas e refrigerantes. Esses são itens negociáveis para você? A decisão sobre cada gasto e a prioridade entre o essencial e o supérfluo é individual. Estas respostas terão de ser elaboradas por você.

5) Decida onde vai cortar ou renegociar

Com o controle sobre os seus gastos anotados, ficará mais fácil iniciar as mudanças. Uma decisão simples é o corte. Identificou um excesso de gasto em restaurantes e decidiu que é hora de preparar a marmita? Aja e fique firme na intenção.

Outras vezes, quando anotamos os gastos e percebemos contas abusivas, podemos também decidir pela renegociação. A portabilidade da conta do telefone celular é uma alternativa, a redução de taxas bancárias é outra. Se tiver uma dívida importante, direcione a sua energia para renegociar.

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6) Planeje onde quer chegar

Agora que você já sabe onde gasta, como e com o quê, é o momento de evoluir. Com estas informações você poderá decidir onde quer gastar, onde quer cortar e renegociar, onde irá economizar e no que vai investir. Traçar metas associadas a sonhos de realização é fundamental. O sonho pode ser zerar uma dívida ou realizar uma viagem, cada um saberá a sua prioridade na vida.

7) Adote novos hábitos

A educação financeira passa também pela mudança comportamental. A tomada de consciência e a persistência devem guiar as atitudes. Pequenas alterações cotidianas podem gerar grandes economias.

Observe quantas horas por dia a luz está acesa em casa, quanto tempo o ar condicionado ou split ficam ligados e reduza os excessos. Antes de ir ao supermercado, faça uma lista de compras e não saia dela. Também estabeleça um valor máximo a ser gasto por semana nas compras.

Outro comportamento a ser eliminado é a compra por impulso. Se você costuma ter este tipo de comportamento, se exponha menos a tentações em shoppings ou e-commerces.

8) Aumente a sua renda

Se todas as medidas não forem suficientes para quitar a dívida ou equilibrar receitas e despesas, considere adotar uma nova fonte de renda ou aumentar a carga de trabalho. De novo, a medida certa somente você pode encontrar.

Invista em profissionalizar habilidades pessoais ou diversificar a prestação de serviço, atendendo clientes diferentes. Outra alternativa é entrar em um negócio como sócio-investidor. Mas não precisa ser um grande negócio, pode ser a locação de um quarto para estadia, a locação do carro para transporte e outras soluções possíveis na sua realidade.

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9) Crie o fundo emergencial

O fundo emergencial ou de reserva é a primeira cota de economia a ser preenchida no caminho da tranquilidade financeira.

Guarde um pouco do salário ou renda do mês para imprevistos e garanta que você terá condições de se manter com o fundo de três a seis meses. E só use o fundo no caso de desemprego ou grave problema de saúde na família.

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10) Comece a investir

Se você conseguiu chegar até aqui já é uma vitória a ser celebrada. Comemore cada passo. Se você está sem dívida, consegue equilibrar receita e despesa e tem o fundo de emergência preenchido, está na hora de estudar uma carteira de investimentos.

Se você chegou nesta etapa da tranquilidade, a minha sugestão é investir em educação financeira, aprender por você mesmo e tomar decisões conscientes. Outra alternativa é contratar um consultor de investimentos para indicar opções de acordo com o seu contexto.

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A tranquilidade financeira é possível de ser atingida em qualquer faixa etária e com diferentes faixas de renda, mas precisa disciplina. “A pessoa precisa ter um controle e registro permanente para entender que não é o dinheiro que manda na gente, é o contrário”, explica a professora Wendy.

Cada passo deve ser adaptado ao contexto individual, portanto, procure não se comparar com outras pessoas. O desafio financeiro é sempre individual. Mas há uma medida que é obrigatória: a conduta preventiva nos gastos e nos dados pessoais.

Por mais que você aprenda a cuidar das finanças, ainda assim estará à mercê de golpes e fraudes que podem desequilibrar a balança, gerando prejuízos indevidos.

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