Alta da Selic: o que isso significa na prática?
Confira quais são os impactos da alta da Selic no seu dia a dia e o que você pode fazer para aproveitar esse momento.
Publicado em: 29 de março de 2022.
A alta da Selic aparece com frequência entre as notícias do mercado financeiro. O Copom (Comitê de Política Monetária), a cada nova reunião, vem aumentando a taxa básica de juros da economia brasileira.
De janeiro de 2021 a fevereiro de 2022, por exemplo, a taxa foi de 2% para 10,75%, saindo da mínima histórica e atingindo o maior percentual dos últimos quatro anos. A alta da Selic se deve a uma tentativa do Banco Central de controlar a inflação.
Mas, você sabe qual o impacto dessa mudança na sua vida? Veja agora se a alta da Selic é boa ou ruim para o seu bolso, o que ela muda na prática e como aproveitar esse momento.
Alta da Selic: o que isso significa?
É importante entendermos quais são os objetivos do Banco Central ao diminuir ou aumentar a taxa Selic:
● Em caso de alta da Selic, o objetivo é desacelerar a economia para controlar a inflação, que diminui;
● Já em caso de baixa da taxa Selic, o objetivo é estimular o consumo para aquecer a economia e aumentar a inflação quando ela está abaixo do estimado.
Com a taxa Selic alta, o crédito fica mais caro, reduzindo o consumo e freando a inflação como consequência.
Tal situação é a que estamos vivendo agora e a expectativa é que a Selic continue subindo ao longo de 2022, podendo chegar novamente aos patamares de 2015, quando tivemos uma Selic de 14,25%.
Assista | SELIC E IPCA: O QUE É E COMO FUNCIONA?
Taxa Selic alta é bom ou ruim?
A resposta para essa pergunta é: depende. Depende de quem é afetado pela taxa e de sua realidade financeira.
Para os investidores em renda fixa, a alta da Selic é ótima, já que a rentabilidade dos investimentos aumenta.
Já para quem está em situação de endividamento e /ou é tomador de crédito (precisa fazer empréstimos e parcelamento), a alta da Selic é muito ruim, pois os juros aumentam.
Veja a seguir algumas situações:
Para o consumo: o custo do dinheiro fica mais caro, então, o esperado é que os consumidores comprem menos.
Para a inflação: com o consumo em queda, a inflação também diminui. Se não há procura, não há demanda e os preços caem.
Para as aplicações financeiras: o rendimento da renda fixa aumenta, pois um dos indicadores de rentabilidade é a própria taxa Selic e a taxa DI (que andam sempre muito próximas). Ou seja, o investidor ganha mais dinheiro nessas aplicações.
Para o crédito: quando a taxa Selic sobe, os juros cobrados pelos bancos para emprestar dinheiro para as pessoas também sobem, já que a taxa Selic é a taxa básica de juros da economia.
Portanto, se a taxa Selic aumenta, os preços tendem a baixar ou ficar estáveis, os juros de crédito, parcelamentos e cheque especial ficam mais altos e os rendimentos dos investimentos em renda fixa aumentam.
Já se a taxa Selic diminui, o crédito fica mais acessível, estimulando o consumo, a inflação tende a subir e os preços aumentam.
O que a alta da Selic muda na prática?
Para quem está endividado ou precisando de empréstimo, o cuidado é redobrado, sendo imprescindível fazer um planejamento financeiro.
Coloque na ponta do lápis exatamente quanto você está pagando de juros para não perder o controle das suas finanças e não correr o risco de aumentar suas dívidas, ficando inadimplente.
Já para quem está com suas finanças em dia, a alta da taxa Selic é uma oportunidade. Como vimos, os investimentos em renda fixa ficam mais rentáveis e, por ter aplicações consideradas mais seguras do que a renda variável, esse é um ótimo momento para começar a investir.
Sobretudo para quem tem um perfil de investimento mais conservador ou ainda tem medo de aplicar seu dinheiro, já que na renda fixa o investidor não precisa correr muito risco.
E como primeiro investimento, que tal começar a pensar na construção da sua reserva de emergência para se precaver?
Com um dinheiro reservado para imprevistos, você terá mais tranquilidade e segurança para passar por períodos difíceis como a alta dos preços, sem prejudicar suas finanças.
Como aproveitar a alta da Selic?
Agora que você já sabe o que é taxa Selic, como ela funciona, porque ela sobe ou desce e qual o resultado dessa oscilação no nosso dia a dia, é hora de colocar a mão na massa e tirar proveito dos benefícios da alta da Selic. Vamos às tarefas?
A primeira dica serve para qualquer situação, de alta ou baixa da Selic: se você ainda não fez, retire hoje mesmo seu dinheiro da caderneta de poupança. Deixar seu dinheiro lá significa perdê-lo. Vou explicar:
● Se a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% sobre o valor depositado + a taxa referencial;
● Se a taxa Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic + taxa referencial.
Ou seja, com a Selic acima de 8,5%, como é o caso agora, a rentabilidade da poupança fica fixa em 6,17%, que é muito menor do que outros investimentos de renda fixa.
A segunda dica é referente às dívidas: se você tem alguma, organize-se e dê seu máximo para quitá-las o quanto antes. Aqui o Serasa Limpa Nome pode ajudar bastante, permitindo resolver as pendências online e de forma simples.
Coloque isso como prioridade para manter sua saúde financeira em dia e o seu nome limpo no mercado.
A dica número três é: não perca a oportunidade de realizar bons investimentos. Se você nunca investiu seu dinheiro antes, aproveite o bom rendimento da renda fixa para “molhar os pés” e se familiarizar com os ativos financeiros. Se você já investe, diversifique e rebalanceie sua carteira de investimentos.
Alguns exemplos de produtos de renda fixa são os títulos do Tesouro Direto, o CDB, os fundos DI, a LC, a LCI e a LCA.
Agora que você já sabe como a alta da Selic impacta sua vida financeira, aproveite e compartilhe o artigo para espalhar informações úteis.